Macri e o FMI precisam ir embora.
Adiantar as eleições e que seja uma Assembleia Constituinte para debater como sair da crise
Depois do papelão oficial pela falta de dados, o resultado eleitoral de 11 de agosto foi uma tremenda derrota política para o governo de Macri, incluindo a governadora de Buenos Aires, Maria Eugenia Vidal. O acumulo de descontentamento popular sobre o ajuste, a inflação e as imposições do FMI levou a um massivo voto de castigo muito superior ao esperado. Esta derrota abriu um crise política, que tem tudo para se aprofundar. Menos de 24 horas após a eleição, a corrida cambial que levou o valor do dólar de 45 a 53 pesos significou uma desvalorização de 20%, com o seguinte golpe ao bolso popular e o impulso à remarcação dos preços. Assim, a “governabilidade” capitalista está em crise pela debilidade política no marco do que sobrou do governo macrista.
Neste contexto, a partir do MST na FIT-Unidade afirmamos que Macri e o FMI precisam sair, não só porque seu plano de ajuste e entrega já fracassou, mas porque cada dia que passa seguirá aprofundando a crise econômica e política capitalista que querem fazer com que nós, trabalhadores, mulheres e juventude paguemos, ao custo da inflação, precarização e miséria. Não podemos esperar até dezembro. Então, como saída, propomos adiantar as eleições e que elas sejam de uma Assembleia Constituinte livre e soberana para debater democraticamente se devemos seguir ou não governados pelo FMI e quais medidas de emergência e substanciais fazem falta para tirar nosso país do desastre.
Quem canalizou o voto-raiva foi a chapa Fernández-Fernández, que além de seu tom opositor pretende renegocias e manter o pacto com o FMI, pagar a dívida externa, desvalorizar e manter as privatizações; ou seja, nada muito diferente do macrismo. Já o PJ e o massismo vieram votando com Macri suas leis de ajuste, enquanto a burocracia sindical peronista freava e deixava isoladas as lutas da classe trabalhadora. Agora, diante da crise, Alberto Fernández deixa Macri fazer o trabalho sujo da desvalorização e permite a “governabilidade” capitalista à serviço do ajuste, enquanto que a CGT e as CTA seguem olhando para outro lado em vez de chamar a greve geral e plano de luta que faz falta para saia o governo e o FMI.
A partir do MST na FIT-Unidade, que mesmo com a polarização eleitoral surge como quarta força política nacional, insistimos nas propostas que fizemos durante a campanha: romper com o FMI, não pagar a dívida e investir esses fundos em reativar a economia, proibir por lei as demissões, re-estatizar as privatizadas sob controle social, nacionalizar a banca e o comércio exterior. Também propomos, assim como o congelamento dos preços e a anulação do IVA sobre a cesta básica. Chamamos aos trabalhadores, as mulheres e a juventude para lutar juntos por esta saída, para que a crise seja paga pelos seus responsáveis: os capitalista.
Buenos Aires, 12/08/2019