Argélia: basta de repressão, liberdade aos presos por lutar!

O povo segue mobilizado exigindo justiça e uma nova Argélia.

O regime autoritário respondeu aos protestos com repressão e detenções. Na ocasião, argumentou o uso da violência estatal por “razões sanitárias”, quando na verdade é uma prática comum que se repete regularmente, com ou sem pandemia. Não estão tentando parar o Covid-19, mas a mobilização. Nos últimos dias, as forças repressivas usaram gás lacrimogêneo e detiveram dezenas de manifestantes que querem um país com justiça e igualdade. Somos solidários com as reivindicações populares, exigimos a libertação imediata de todos os detidos e que não haja acusações criminais contra eles.


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Reproduzimos os comunicados recebidos da Argélia que informam sobre os últimos eventos.

Comitê de Tizi-Ouzou para a defesa dos presos políticos

No início da manhã, policiais realizaram prisões arbitrárias para impedir a marcha de sexta-feira. Foi um ato de dezenas de ativistas que ocorreu na cidade e nos arredores de Tizi-Ouzou. Perdemos o contato com várias pessoas e estamos preocupados com as condições de saúde e segurança. Atualmente, os que acessam o site da UMMTO se dispersam para evitarem ser apanhados. Uma ação está sendo pensada para exigir a libertação imediata dos presos. Pedimos aos advogados para intervir em nome dos presos. Condenamos veementemente a negativa de liberdade, no momento em que vários protestos estão sendo reprimidos na Argélia e em todo o mundo.

#Comunicado

Hoje, já às 8h da manhã, nos reunimos em frente ao tribunal de Tizi-Ouzou para exigir a libertação imediata dos presos na manifestação pacífica de 19 de junho de 2020. Nossos camaradas são jovens estudantes e trabalhadores conhecidos por todos, são muito respeitosos e respeitados. O grupo de advogados representantes nos informou que, como os jovens não foram apresentados ao promotor, possivelmente a detenção terminará hoje à meia-noite e eles devem ser libertados sem mais exigências. Acreditamos que nossos camaradas não possuem nada que os detenham. Devem ficar são com suas famílias, seus irmãos e irmãs e camaradas em geral. Consequentemente, decidimos manter o foco no tribunal de Tizi-Ouzou para amanhã, 22 de junho, a partir das 8h da manhã, para exigir a libertação imediata e incondicional.

Tizi-Ouzou, 21/06/2020.


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