Junte-se à campanha de solidariedade com a reivindicação do povo saharaui pela liberdade e autodeterminação.
A passagem da fronteira “El Guerguerat” situa-se nas áreas ocupadas pelo Marrocos, pertencentes ao Sahara Ocidental, na fronteira com a Mauritânia. É um território em processo de descolonização e aguardando o cumprimento das resoluções do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral da ONU. O local tornou-se o cenário permanente para todos os tipos de atividades ilegais de empresas marroquinas em coordenação com empresas europeias. Os recursos naturais saqueados da cidade passam por essa área. Ao mesmo tempo, o governo saharaui denunciou que a passagem é utilizada para o tráfico de drogas do Marrocos para os países subsaarianos e sahelianos, apesar de ter estado sob um controlo acordado com o exército mauritano.
Não é um evento isolado, é um abuso que se repete ao longo dos anos. Em 2016, o Marrocos planejou pavimentar vários quilômetros na região ocupada, obrigando o governo sarauí a implantar seu exército na área. Nesse mesmo ano, a ONU denunciou o Marrocos por violar o acordo de cessar-fogo, assinado em 1991.
Por estes motivos, dezenas de civis saharauis chegaram dos campos de refugiados da Argélia e do seu território ocupado, realizaram uma marcha numa caravana que atravessou zonas controladas pela Frente Polisário e manifestaram-se perante o muro da vergonha construído pelo Marrocos. Quando chegaram a “El Guerguerat”, bloquearam a passagem de mercadorias e montaram um acampamento, ergendo bandeiras do Saara Ocidental e gritando “Fora Marrocos!” Dessa forma, obrigaram os membros da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Sahara Ocidental a deslocar-se ao local para atender às suas queixas e reclamações, sem ceder às exigências da Missão de retirada.
A tensão aumenta à medida em que o Marrocos envia tropas de reforço ao local e a Frente Polisario anuncia que não descarta voltar a pegar em armas e responder aos ataques, dada a passividade das Nações Unidas, que não implementou o acordo de paz assinado em 1991. O povo saharaui está no fim da paciência, após 45 anos de ocupação e 29 anos à espera do referendo de autodeterminação.
Nós, da Liga Internacional Socialista – LIS, simpatizamos com a luta pela autodeterminação do povo saharaui, contra o invasor marroquino, a cumplicidade da ONU e das potências europeias. Os trabalhadores e o povo do Estado espanhol não podem ficar alheios a esta flagrante injustiça que continua ao longo dos anos, mesmo com o governo autodefinido como a “coligação progressista” PSOE-UP.