Considerando que:
- Assistimos uma polarização social e política que tende a se aprofundar. Uma de suas expressões é a intensificação dos ataques aos direitos democráticos, a tendência ao autoritarismo e o aumento da atuação de organizações de extrema-direita e fascistas, embora estas últimas ainda sejam minoritária e em alguns países. Tudo isso representa um perigo concreto. À medida que a crise do capitalismo se aprofunda, as soluções de extrema-direita estão se tornando alternativas reais aos governantes. A institucionalidade da democracia burguesa e da hegemonia liberal foram abaladas.
- A classe média empobrecida, os desempregados e os trabalhadores desorganizados, devastados pela crise econômica, são os principais alvos da extrema-direita. Com demagogias, a extrema-direita organiza esses grupos, culpando os imigrantes como responsáveis pela crise. As diferentes tendências políticas da extrema-direita continuam ganhando força com a crise econômica, a hostilidade aos imigrantes e a islamofobia.
- Embora os líderes populistas de direita não conduzam diretamente os movimentos de rua fascistas, reforçam e encorajam as ideias de extrema-direita e realizam ataques aos direitos democráticos. Trump, Bolsonaro, Modi, Erdogan, Orban, etc., não são figuras acidentais. Nem movimentos como Vox na Espanha. Novos exemplos como José Antonio Kast Kast no Chile, Éric Zemmour na França, Javier Milei na Argentina também mostram que os líderes populistas autoritários de direita são fenômenos universais de nosso tempo.
- Quando a alternativa de esquerda radical é fraca no momento da crise capitalista, a extrema-direita, o populismo de direita e as gangues fascistas preenchem o vazio. A esquerda reformista e a burocracia sindical, por outro lado, favorecem isso ao conter o movimento de massas com seus papéis conciliadores. Esta camada privilegiada de burocratas de esquerda, desempenha um grande papel na ascensão da extrema-direita ao minar a luta de classes. Nesse sentido, é de grande importância derrotar a esquerda reformista e estabelecer uma hegemonia revolucionária no movimento operário e das juventudes.
O 1º Congresso Mundial da LIS resolve:
- O perigo representado por populistas e demagogos de extrema-direita, movimentos fascistas de rua ou líderes autoritários não deve ser subestimado. É prioritário combater cada uma dessas forças de acordo com cada realidade.
- Erguer a luta de classes. A maneira mais segura de deter a reação da extrema direita é erguer a luta de classes. A luta de classes e o socialismo são as soluções precisas para a crise capitalista. As ações da classe trabalhadora reduzem o espaço da extrema-direita. Portanto, a luta contra os burocratas sindicais e as forças reformistas que minam a luta da classe trabalhadora também é muito importante para a luta antifascista.
- Defender todos os tipos de direitos democráticos. A luta pelos direitos democráticos é a base da luta pela revolução socialista. Defendemos o direito à autodeterminação dos povos, direito de reunião e manifestação, liberdade de imprensa, direitos humanos fundamentais, das mulheres e dos dissidentes, liberdade de expressão e organização e direitos sindicais.
- Tomar a iniciativa do movimento antifascista. O movimento nas ruas dos fascistas deve ser freado e esmagado. Quando as gangues fascistas encontram a oportunidade de se organizar, fortalecem e realizam ações violentas contra a esquerda e os oprimidos com o apoio que recebem dos Estados. É impossível para os revolucionários observar passivamente esse processo. Os socialistas revolucionários devem assumir a direção do movimento antifascista e lutar para reduzir constantemente as áreas de movimento e organização dos capangas fascistas. É de grande importância ganhar as forças antifascistas, com forte dinamismo em muitas partes do mundo, para o marxismo e a perspectiva classista.
- Lutar contra as políticas anti-imigrantes. Dar atenção a luta contra as políticas anti-imigrantes, xenófobas e discriminatórias é de grande importância para a unidade da classe trabalhadora. A razão da crise econômica e as dificuldades da vida não são os imigrantes, mas o sistema capitalista de exploração. Essa luta é essencial para quebrar a hegemonia da direita. A nossa palavra de ordem principal sobre este tema deve ser: “As e os refugiados são bem-vindos, prendam os banqueiros!”.