Por Comitê Central de Revolução Socialista – PSOL.
A maioria dos parlamentares do PSOL na Câmara dos Deputados decidiu fazer parte do bloco governista, oficializando a indicação do Dep. Pastor Henrique Vieira (RJ) como vice-líder do governo na casa. A decisão não foi unanime, pelo que saudamos as deputadas Luiza Erundina, Sâmia Bomfim e Fernanda Melchionna e o deputado Glauber Braga que defenderam a independência política do Partido Socialismo e Liberdade. A decisão de compor a base governista não só é equivocada, mas também inaceitável para todes aqueles que defendem um partido intransigente na defesa dos direitos do povo pobre, periférico, da classe trabalhadora. E para isso o PSOL não pode estar atrelado a nenhum governo capitalista, seja de que matiz política seja, todos governam para a classe dominante e não hesitam em reduzir direitos trabalhistas e sociais da maioria da população para garantir o lucro e a riqueza dos ricos e poderosos.
Faz tempo, os rumos do PSOL, são definidos por uma direção política que procura “refundar” o partido, liquidar seu caráter classista, de independência política e socialista. Essa refundação não é outra coisa senão o abandono do projeto anticapitalista e independente que guiou o PSOL desde sua fundação. Quando os Radicais do PT impulsionaram a ruptura com o modo petista de governar, a política de conciliação de classes, a traição e o abandono do projeto classista da direção majoritária Petista e Lulista.
Os herdeiros dessa política fracassada do Lulo-Petismo, no PSOL está representado pelas correntes Primavera Socialista, Revolução Solidária (a tendencia de Boulos) e o Campo Semente, onde se agrupam as tendências Resistência, Insurgência e Subverta (correntes que se referenciam internacionalmente no Secretariado Unificado -SU), e estão provocando uma verdadeira liquidação do PSOL e com isso, o distanciando da luta que cotidianamente dão as e os oprimidos e explorados no Brasil.
Nós de Revolução Socialista, tendência interna do PSOL, declaramos nossa total rejeição a essa decisão e chamamos a militância da esquerda radical que não desiste da luta pelo Socialismo e a Liberdade a unificar forças. Nosso desafio nos próximos meses será a disputa por uma política classista, independente, anticapitalista para o PSOL, debate decisivo para o próximo Congresso do partido, onde estará colocada a sobrevivência do PSOL enquanto partido de esquerda e socialista.
No caminho de fortalecer a esquerda socialista do PSOL, convocamos a todas, todos e todes que compartilham a mesma política e ideias, a fortalecer uma ferramenta socialista, revolucionária e internacionalista, que seja capaz de enfrentar os desafios que temos pela frente. Só com uma organização forte, uma militância aguerrida e preparada para os embates políticos com as correntes reformistas e da esquerda da ordem, firmeza nos princípios que a luta da classe trabalhadora e do povo pobre tem nos ensinado, poderemos sair fortalecidos desse processo. Precisamos construir essa organização para disputar os rumos do PSOL e evitar sua liquidação. É para isso que Revolução Socialista milita. Vem com a gente, vamos juntos nessa batalha.