Kwame Nkrumah organizou a 1.ª Conferência das Repúblicas Africanas Independentes em Accra, Gana, em 1958, que contou com a presença de 8 repúblicas africanas independentes. A partir daí, o dia 15 de abril foi escolhido como o “Dia da Liberdade da África” para comemorar o desenvolvimento da luta de libertação e para expressar o desejo do povo africano de se libertar da dominação e exploração estrangeira.
Em 25 de maio de 1963, 31 chefes de Estado africanos se reuniram em uma conferência de cúpula para estabelecer a Organização da Unidade Africana (OUA). Esses chefes renomearam o Dia da Liberdade da África como “Dia da Libertação Africana” e mudaram a data para 25 de maio.
Esta quinta-feira, dia 25, a Liga Socialista Revolucionária (RSL), com outras organizações pan-africanistas, realizou um evento para comemorar a data. O tema principal que sustenta a celebração do dia continua a ser a liberdade e a libertação da África, liberdade dos grilhões políticos das potências imperialistas do Norte Global e a libertação da escravidão econômica dos capitalistas monopolistas internacionais.
Houve uma enxurrada de atividades, incluindo exibições de documentários, intervenções de artistas e painéis de debate. Os palestrantes do dia foram Ezra Otieno, da Liga Socialista Revolucionária, Sefu Sani, do Partido Comunista do Quênia, e Faizal Ahmed, jornalista do Sudão.
Resoluções do evento:
A Liga Socialista Revolucionária expressa sua solidariedade com o povo sudanês em sua contínua revolução contra a classe reacionária. Reconhecemos sua luta por justiça social, igualdade e emancipação sudanesa. Decidimos trabalhar juntos e compartilhar nossas experiências para promover a causa dos trabalhadores africanos e a luta revolucionária.
Nossa tarefa em 2023 é garantir que os africanos de todo o mundo entendam a ameaça que o imperialismo e o neocolonialismo representam aos nossos esforços para alcançar a libertação. Que fazer? O plano está no objetivo pan-africanista do Partido Revolucionário do Povo Africano. Esse objetivo é a total libertação e unificação da África sob o socialismo científico. Defendemos esta alternativa.
O Socialismo científico
O socialismo científico deve guiar e governar a economia da África. Muitos africanos não só não incluem o socialismo científico como parte de sua agenda, como nem sabem o que é. Realmente não é tão complicado quanto parece. Qualquer país sempre se depara com uma questão básica: “Como vamos lidar com o dinheiro e os recursos da nação?”. Se aqueles que respondem à pergunta acreditarem em uma abordagem capitalista da economia, dirão: “Vamos colocar a riqueza da nação nas mãos de um pequeno grupo de elite. Esse grupo pode determinar se as massas compartilharão essa riqueza e, em caso afirmativo, até que ponto”. A África já teve muitos anos de experiência com o capitalismo e os resultados não foram bons.
O capitalismo introduziu na África o comércio de escravizados, o colonialismo, a pobreza generalizada, os desastres ambientais, as guerras, a pilhagem estrangeira, a exploração dos recursos naturais, a corrupção e as doenças. Mas existe um outro caminho que a África deve seguir: o caminho socialista. Um socialista dirá: “Coloquemos a riqueza da nação nas mãos de todos. Isso garantirá que as decisões sobre o que fazer seja sempre do melhor interesse das massas populares. As próprias pessoas nunca tomarão decisões de propósito que as prejudiquem”. Por exemplo, as pessoas permitirão que corporações estrangeiras entrassem na África para roubar seu petróleo e minerais mais valiosos? É por isso que só o socialismo faz sentido. É uma abordagem científica da economia porque se baseia em considerações práticas e concretas, em vez de noções teóricas romantizadas sobre como o dinheiro e os recursos devem ser administrados.
Sigamos o caminho Pan-africano
O pan-africanismo, a total libertação e unificação da África sob o socialismo científico, é o objetivo que os africanos de todo o mundo devem perseguir. Para aqueles que concluem que o pan-africanismo é o objetivo correto, é necessário garantir que, à medida que são feitos esforços para alcançá-lo, esses esforços sejam devidamente direcionados e eficazes. Não há melhor maneira de fazer isso do que organizar um partido político comprometido com a conquista do pan-africanismo.