A invasão sionista na Faixa de Gaza enfrenta resistência e combates corpo a corpo. O bombardeio do campo de refugiados de Jabalia provocou um novo massacre de pelo menos 400 mortos. Já são 8.525 mortos, com 3.747 crianças, 2.187 mulheres, 21.543 feridos, 2.000 desaparecidos sob os escombros dos edifícios destruídos, entre os quais 1.100 crianças. Mais de metade dos 2,3 milhões de palestinos do território fugiram das suas casas e refugiaram-se em escolas ou hospitais, com milhares de pacientes feridos. O Iêmen declarou guerra contra Israel; os sindicatos belgas recusam-se a carregar armas destinadas a Israel; a Bolívia rompeu relações com o Estado sionista; as mobilizações de apoio ao povo palestino prosseguem em todo o mundo.
Segunda-feira, 30 de outubro
Há um apelo mundial, mesmo por parte dos aliados de Israel, para que se respeitem as convenções mínimas: não atacar hospitais, não matar crianças e permitir a ajuda humanitária. Israel justifica-se todos os dias com desculpas: bombardeia hospitais e casas porque “existem túneis terroristas”, assassina civis e crianças porque “todos ajudam o Hamas”, bloqueia ou impede o abastecimento de água, alimentos, combustível e energia porque “podem ser utilizados pelos terroristas”. Os assassinos tentam impor a ideia de que matar pessoas indefesas nas suas terras é liquidar os “milicianos do Hamas”.
O primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, rejeitou qualquer pedido de cessar-fogo ou de interrupção das hostilidades com o Hamas porque “é uma luta da civilização contra a barbárie”.
A ONU alerta para bombardeiros em três hospitais de Gaza com milhares de refugiados. As forças israelenses estão “deliberadamente interrompendo” a ida de ambulâncias para socorrer os feridos. Bombardeios pesados caíram nas proximidades do hospital indonésio, no norte de Gaza. O Hospital da Amizade da Turquia continua em chamas após o terceiro andar ter sido bombardeado pela ocupação terrorista.
Os aviões da ocupação bombardearam os armazéns do Crescente Vermelho Palestino em Gaza, causando danos consideráveis.
Tanques sionistas em Gaza disparam contra carros de civis. A Al-Qassam afirma que os seus combatentes entraram em confronto com as forças inimigas que penetravam no eixo sul de Gaza, destruindo quatro veículos com projéteis e explosivos “Al-Yassin 105”, um tanque e uma escavadora.
Em invasão ao campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, Israel matou várias pessoas, elevando o número de mortos para 118 em três semanas. As milícias atacam uma posição do exército de Israel na fronteira com o Líbano e são alvo de fogo de artilharia. Na fronteira norte, agrava-se o impasse com o Hezbollah, cujo líder deve discursar na sexta-feira. Uma bomba israelense atinge um complexo da ONU, ferindo um soldado. A Síria denuncia um novo ataque israelense com mísseis contra as suas posições militares.
O Ministro da Agricultura do Líbano denuncia que o exército de Israel queimou mais de 40.000 oliveiras antigas no Sul do Líbano, utilizando bombas de fósforo branco proibidas internacionalmente.
Israel não se preocupa com os reféns. Fez apenas promessas mentirosas às suas famílias, cerca de 50 deles foram mortos por seus bombardeios, iniciando a invasão terrestre apesar dos perigos de represálias e rejeitando ofertas de troca por milhares e milhares de prisioneiros palestinos aprisionados sem motivo. Além disso, rapta diariamente centenas de trabalhadores e pessoas comuns para interrogatórios e torturas.
Num vídeo divulgado pelo Hamas, três reféns israelenses desafiam o seu governo: “Benjamin Netanyahu, estamos presos pelo Hamas há 23 dias… Ontem houve uma conferência de imprensa para as famílias dos prisioneiros. Sabemos que supostamente haveria um cessar-fogo, que devia ter nos libertado. No entanto, estamos sofrendo por causa de seu fracasso político, de segurança e militar, por causa do ‘fracasso’ que provocaram no dia 7 de outubro, porque nenhum soldado estava no local e ninguém veio até nós, e ninguém nos defendeu aqui, e nós somos cidadãos inocentes, cidadãos que pagam impostos ao Estado de Israel, agora estamos em cativeiro ‘sem condições’ e acordos para nos libertar, vocês estão nos matando. Estão realmente nos matando. Será que querem matar todos? Não é suficiente que tenham massacrado toda gente? Não é suficiente que tenham matado cidadãos israelenses pelos bombardeios? Libertem já seus cidadãos e prisioneiros (os Palestinos). Libertem-nos. Libertem todos, merecemos voltar para as nossas famílias, agora, agora, agora, agora”.
O Presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, afirmou ontem que “os palestinos não são terroristas” e recordou que os argelinos foram rotulados com este mesmo termo durante a guerra de 1954-1962 contra a colonização francesa.
De acordo com o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, “a guerra entre Israel e o Hamas obriga a Europa a empenhar-se numa solução de dois Estados”. O Vaticano discute a situação no Oriente Médio com o Irã e defende a existência de “dois Estados”. O Egito aumenta as restrições energéticas causadas pelos cortes de gás de Israel. Apesar das manifestações massivas a favor da Palestina, o Parlamento da Tunísia adiou a votação de uma lei contra a normalização das relações com Israel.
A Federação das Comunidades Judaicas e o Observatório do Antissemitismo na Espanha alertam para o “surto e o crescimento do antissemitismo” pelas manifestações de apoio à Palestina, assim justificando e ampliando a censura sionista contra qualquer crítica ao genocídio sionista.
Ontem, centenas de pessoas ocuparam o aeroporto russo de Makhachkala, incluindo a pista de descolagem, após serem convidadas, pelo Telegram, a comparecer à chegada dos voos provenientes de Israel. A Rússia afirma que se trata de tentativas ocidentais de dividir os russos e Israel denuncia o “antissemitismo”.
Terça-feira, 31 de outubro
Israel insiste que o Hamas utiliza as instalações médicas de Gaza para fins militares e que isso justifica os ataques. O Gabinete dos Direitos Humanos da ONU afirma que os hospitais devem ser protegidos de ataques sob o direito humanitário internacional, independentemente da utilização que lhes é dada por uma parte beligerante. A OMS alerta para uma “catástrofe iminente de saúde pública”. A Anistia Internacional denuncia Israel pela utilização de armas proibidas de fósforo branco nos bombardeios da cidade de Dhayra, no sul do Líbano, como um “crime de guerra” contra civis.
O porta-voz do Hamas no interior da Faixa de Gaza, Iyad Bozum, refere 400 mortos e dezenas de feridos num ataque de Israel com seis bombas “de origem americana” contra o campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa.
A invasão cometeu outro massacre no leste do campo de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, após os caças bombardearem a Torre do Engenheiro, composta por 24 apartamentos residenciais, com os residentes no local.
Netanyahu tenta convencer os líderes europeus a pressionarem o Egito para aceitar refugiados em seu território. Segundo o Financial Times de segunda-feira, um documento do Ministério dos Negócios Estrangeiros foi divulgado nos meios de comunicação israelenses com um plano para expulsar os 2,3 milhões de habitantes de Gaza para a província egípcia do Sinai. As autoridades egípcias afirmam que nunca permitirão que a causa palestina seja liquidada através da aceitação de refugiados.
As tropas de Israel avançam mais em Gaza e testemunhas relatam confrontos intensos após os tanques terem chegado numa zona residencial na cidade de Gaza. O Hamas afirma que as tropas israelenses estão tentando dividir o norte e o sul de Gaza. São confirmados fortes confrontos corpo a corpo entre as forças de Israel e as Brigadas Al-Qassam do Hamas no norte da Faixa.
A censura sionista foi imposta sobre um fato perigoso na Faixa de Gaza, um acontecimento cruel, como descrevem os meios de comunicação hebraicos. Três veículos da ocupação foram emboscados na estrada estreita que liga o cruzamento da New Street, em Karama, ao posto de segurança pública. Helicópteros israelenses são trazidos para transportar soldados israelenses mortos e feridos, um dos quais pousa na área de Karama.
Wael Al-Dahdouh, correspondente da Al Jazeera, informou que a resistência conseguiu que um grande número de soldados israelenses entrasse num edifício, explodindo depois. A agência noticiosa NewPress informou que uma emboscada preparada pela resistência a leste de Beit Hanoun esta manhã foi contra uma força de Israel e uma força dos EUA, e que a resistência conseguiu deter essa força e acabar com ela.
O Ministro da Defesa de Israel, Galant, declarou: “Infelizmente, a guerra tem custos e os preços foram elevados hoje”.
Os incêndios criminosos de Israel continuam no sul do Líbano com bombardeios de fósforo branco proibido.
“Israel está levando a cabo um massacre em Gaza com o apoio dos Estados Unidos e de vários regimes em todo o mundo”, afirmou um porta-voz militar do Iêmen. “É por isso que decidimos lançar mísseis de cruzeiro e balísticos contra Israel”. Mais mísseis foram lançados do Iêmen, ameaçando atingir o reator de Dimona.
Os povos beduínos do Sinai ameaçam com um movimento armado dos povos árabes do Sinai em direção à passagem de Rafah para forçar a entrada da ajuda, dando um prazo até quinta-feira.
O Kuwait condenou a agressão israelense em Gaza e apelou pelo cessar-fogo. A Bolívia cortou relações com o Estado de Israel.
O Irã advertiu que o conflito está se espalhando pela região. Manifestantes interromperam uma audiência no Senado dos EUA gritando “Parem o ataque em Gaza já!”.
As mobilizações de massas e os confrontos contra a invasão prosseguem na Cisjordânia. Israel lança um ataque a Jenin a partir de várias frentes, com a presença de forças especiais. Registam-se violentos confrontos armados.
Os sindicatos belgas dos transportes recusaram-se a carregar armas destinadas a Israel nos portos e aeroportos e exigem um cessar-fogo imediato. As mobilizações contra o genocídio sionista prosseguem em todo o mundo.