O número total de palestinos mortos, desde 7 de outubro, já ultrapassou os 13.215, incluindo pelo menos 5.500 crianças, embora os números oficiais não tenham sido atualizados há dias por causa do colapso do sistema de saúde de Gaza, que coletava os dados. Israel está deixando cada vez mais claro que seus objetivos reais são a expulsão em massa dos palestinos, a limpeza étnica e a invasão territorial. Mas a resistência palestina se recusa a desistir e conta com o apoio cada vez mais massivo e decisivo dos trabalhadores no mundo.
Quarta-feira, 15 de novembro
O Conselho de Segurança da ONU aprovou sua primeira resolução sobre o conflito desde o início, pedindo “pausas humanitárias prolongadas”, uma medida completamente inadequada e rapidamente rejeitada por Israel.
Os combates continuaram no hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza, e um médico relatou um novo ataque a partir do portão sul do complexo. As forças armadas de Israel divulgaram fotografias de algumas armas de fogo, coletes à prova de balas e outros equipamentos leves que alegaram ter encontrado no hospital, descrevendo-as como prova de que o Hamas o utilizava como um centro de comando operacional. A acusação israelense de uso militar dos hospitais como justificativa para atacá-los a fim de aterrorizar a população palestina é comprovadamente uma mentira.
Israel também começou a pedir a alguns residentes de Khan Younis, no sul de Gaza, que evacuassem para “abrigos conhecidos”, depois de semanas dizendo a milhares de palestinos que fugissem do norte para o sul.
O Pentágono informou que um navio de guerra dos EUA abateu um drone lançado do Iêmen sobre o Mar Vermelho, o segundo incidente desse tipo durante o conflito.
Quinta-feira, 16 de novembro
O ataque do exército israelense ao hospital al-Shifa continua. O diretor do principal complexo médico de Gaza disse que a situação dentro do hospital é “catastrófica”. O diretor do Hospital Indonésio, no norte de Gaza, diz que a instalação está agora “completamente fora de serviço”.
As empresas de telecomunicações em Gaza afirmam que todos os serviços estão novamente fora do ar por causa da falta de eletricidade, o que gera alarme entre grupos de direitos humanos e autoridades palestinas. A agência da ONU para refugiados palestinos disse que a interrupção das telecomunicações “torna impossível gerenciar ou coordenar os comboios de ajuda humanitária”. O chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, disse acreditar que “há uma tentativa deliberada de estrangular nossa operação” em Gaza.
As forças israelenses estão invadindo o campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, e há fortes confrontos com a resistência.
Sexta-feira, 17 de novembro
O diretor do Hospital Al-Shifa disse que 7.000 pessoas, incluindo pacientes, médicos e outros civis que buscam abrigo, estão presas no maior hospital de Gaza, pois os soldados israelenses continuam ocupando o complexo.
O Ministério da Saúde de Gaza afirmou que o número de bebês prematuros que morreram no Hospital al-Shifa subiu para quatro.
O exército israelense disse que atacará o Hamas em qualquer lugar de Gaza, inclusive no sul, aumentando os temores sobre o destino de uma área que Israel disse ser “segura”, apesar dos repetidos bombardeios.
Israel anunciou que permitiria a entrada de dois caminhões de combustível por dia em Gaza para impulsionar as operações de água e esgoto, mas grupos de ajuda humanitária afirmam que as entregas são insuficientes.
Um protesto na Coreia exibiu milhares de pares de sapatos para simbolizar e repudiar o genocídio israelense contra o povo palestino:
Sábado, 18 de novembro
Nesta manhã, Israel atacou duas escolas cheias de refugiados enquanto eles dormiam, matando centenas. A escola Al Fakhoura, no campo de refugiados de Jabalia, e a escola Tal al-Zaatar, ambas administradas pela UNWRA.
Apenas algumas pessoas permanecem no hospital al-Shifa, em Gaza, depois que pacientes, profissionais de saúde e pessoas que haviam se refugiado no local foram forçados a sair.
Netanyahu rejeitou uma proposta apresentada por Biden para que a Autoridade Palestina (AP) governasse Gaza. Além de atropelar a vontade democrática de um povo inteiro ao tentar impor de fora e por cima um governo que os habitantes de Gaza não elegeram, isso confirma que as verdadeiras intenções de Netanyahu são expulsar os palestinos e manter Gaza para si. Só a resistência palestina e a solidariedade com mobilização internacionais, não o imperialismo dos EUA, podem detê-lo.
Domingo, 19 de novembro
O exército israelense afirmou ter encontrado um túnel sob o hospital al-Shifa, a última de uma série de alegações desse tipo. O ministro da saúde de Gaza, Mounir el-Boursh, negou a declaração israelense, chamando-a de “pura mentira”.
A ministra da inteligência israelense, Gila Gamliel, disse que a comunidade internacional deveria apoiar o “reassentamento voluntário” dos palestinos de Gaza, em vez de contribuir com dinheiro para a reconstrução do enclave sitiado. Ela confirma que o que Israel está tentando realizar é uma limpeza étnica em massa.
Depois que a casa de sua família foi destruída pelo bombardeio israelense no bairro de al-Zahra, no sul da Cidade de Gaza, o jovem médico de Gaza Mohammad Abu Salem começou a trabalhar como voluntário no Hospital dos Mártires de Al-Aqsa em 19 de outubro e, desde então, só viu sua família duas vezes. Expressando a vontade de lutar do povo palestino, afirmou: “Eu sabia que trabalhar em um hospital em geral seria agitado, mas trabalhar em um hospital durante uma guerra é um nível totalmente novo e diferente. Você não sabe o que vai acontecer amanhã, se vai viver ou morrer. Mas desistir não é uma opção”.
Segunda-feira, 20 de novembro
As forças israelenses cercaram e bombardearam o hospital indonésio em Beit Lahiya, no norte de Gaza, matando pelo menos 12 pessoas e destruindo enfermarias. Mais de 5.500 crianças na Faixa de Gaza foram mortas desde 7 de outubro, segundo a organização humanitária Save The Children.
Os ministros das Relações Exteriores dos países muçulmanos e da Liga Árabe se reunirão na terça-feira em Moscou.