Por: Frente Revolucionária Estudantil (RSF)
Centenas de estudantes se reuniram no dia 20 de dezembro no Clube da Imprensa de Rawalpindi para protestar contra a opressão estatal em curso e pela restauração dos sindicatos estudantis, proibidos pelo ditador Zia em fevereiro de 1984.
Em uma poderosa demonstração de resistência e unidade, jovens de Rawalpindi e Islamabad se reuniram na Conferência sobre os Direitos dos Estudantes, organizada pela Frente Revolucionária dos Estudantes (RSF) de ambas as cidades, com a participação ativa da JKNSF, BSO, SLF, NSF e outras organizações estudantis.
A conferência reuniu estudantes de todas as cidades próximas, unidos por um mesmo propósito: desafiar a crescente opressão que os estudantes enfrentam no Paquistão.
Este evento ocorreu em um contexto de muita adversidade. As instituições educacionais estão se militarizando usando a segurança como pretexto, enquanto as condições de vida dos estudantes pioram diariamente pela crise econômica. A situação piora com o aumento desmesurado das taxas de matrícula, a falta de transporte adequado e de instalações de abrigo, bem como a privatização da educação pública. A isso somam-se as restrições de Internet, que, apesar de ser um recurso fundamental para o desenvolvimento acadêmico e profissional, são impostas de forma sistemática.
Os espaços educacionais estão se tornando rapidamente em locais de vigilância, assédio e repressão. O aumento exorbitante das taxas de matrícula, a falta de infra-estruturas básicas e a mercantilização da educação colocam em risco o futuro de inúmeros estudantes, que agora enfrentam tanto dificuldades econômicas como a opressão estatal.
Resoluções fundamentais:
A conferência terminou com a elaboração de uma declaração unificada que inclui as seguintes demandas centrais:
- Restauração imediata dos sindicatos estudantis: Suspender a proibição dos sindicatos estudantis e convocar eleições para os corpos estudantis em todas as instituições educacionais.
- Comitês contra assédio: Estabelecer comitês com representação estudantil, especialmente para lidar com o assédio que as estudantes enfrentam.
- Fim da vigilância: Abolir o cargo de Chefe de Segurança e parar a militarização dos campus.
- Liberdade de expressão: Eliminar todas as restrições à liberdade de expressão, imprensa escrita e atividades políticas dentro das instituições educacionais.
- Acesso à internet: Acabar com os cortes de Internet e fornecer acesso gratuito a uma conexão de alta qualidade em todas as instituições educacionais.
- Revisão dos aumentos de tarifas: Reverter os recentes aumentos nas taxas de matrícula e garantir transporte e alojamento adequados para os estudantes.
- Parar a privatização: Acabar com a privatização das instituições de ensino em todo o país.
- Reforma curricular: Eliminar os conteúdos regressivos e reestruturar o sistema educacional com base em princípios científicos modernos.
- Solidariedade com os movimentos regionais: Apoiar os movimentos pelos direitos e pela paz no Baluchistão, Pashtunkhwa, Jammu e Caxemira, Guilguite-Baltistão e Sinde.
- Apoio à Palestina: Exigir o fim imediato da ação do estado sionista israelense na Palestina e solicitar a prisão de Netanyahu e outros criminosos de guerra responsáveis pelo genocídio.
- Libertação dos presos políticos: Defender a libertação de Ali Wazir e outros prisioneiros políticos, bem como a remoção de trabalhadores políticos do Anexo 4.
Um chamado à ação
«O sistema educacional deveria empoderar, não oprimir», declararam os participantes da conferência. Em solidariedade com todos os estudantes e jovens que lutam por seus direitos, a Frente Revolucionária de Estudantes reafirmou seu compromisso com a justiça e a igualdade.
A RSF convida estudantes, ativistas e cidadãos a se unirem ao movimento para restaurar os sindicatos e direitos estudantis, bem como para gerar força em favor de uma alternativa socialista.




