O Estado sionista avança com novos assentamentos, ocupações e anexações, com genocídio e fome. Em Israel, mantêm-se as tensões internas. A mobilização mundial precisa deter a barbárie sionista e imperialista na Palestina e no Oriente Médio.
Por Rubén Tzanoff
Novos assentamentos
Em 29 de maio, o governo israelense aprovou 22 novos assentamentos na Cisjordânia. Essa medida se inscreve no marco da prática de limpeza étnica que desloca à força a população palestina, consolidando o estabelecimento de criminosos colonos armados que operam sob proteção militar.
A expansão territorial, respaldada pelo Estado e pelos tribunais israelenses, não é apenas um excesso do governo de ultradireita, mas sim uma política estrutural e histórica do sionismo, que transforma a Cisjordânia em uma prisão fragmentada, onde milhões de palestinos vivem sob ocupação, sem direitos civis ou políticos.
Exigem a anexação formal
Em 23 de julho, o Parlamento israelense (Knesset) votou uma moção não vinculante que exige do governo a anexação total da Cisjordânia. Embora a resolução não tenha efeitos imediatos, ela expressa o consenso no establishment israelense — desde a extrema direita religiosa até setores do Likud — de passar do controle militar encoberto para uma anexação legal, aberta e definitiva.
Esse passo busca esmagar toda possibilidade de um Estado palestino, transformando a ocupação em soberania direta e legal sobre territórios povoados por milhões de palestinos. Trata-se de uma reedição do apartheid sul-africano, legitimado pelas instituições e blindado pela impunidade internacional.
A Cisjordânia está administrada pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), cujo partido dominante é o Fatah.
Ocupação de toda a Faixa
O gabinete de segurança de Israel aprovou o plano de Netanyahu para ocupar militarmente toda a Faixa de Gaza, começando pela cidade de Gaza. Declararam que não se trata de uma ocupação permanente e que entregarão o controle a países árabes ainda não especificados. Setores da coalizão de ultradireita pressionam pela anexação, enquanto o Exército e familiares de reféns alertam para o risco que isso representa para os reféns e exigem um acordo.
Gaza está sob administração do Hamas desde 2007, após um conflito interno com o Fatah.
Fome, assassinatos e desumanização
As forças israelenses seguem adiante com o genocídio. Como parte dele, em 6 de agosto assassinaram Mohamed Barakat, lenda do futebol palestino, enquanto mais de 1.500 pessoas faziam fila para conseguir comida em Gaza. Esse crime soma-se ao saldo de mais de 38 mil palestinos assassinados desde outubro de 2023, em um território reduzido a escombros e sem acesso a água, alimentos ou medicamentos, além das centenas de pessoas mortas enquanto buscavam comida.
Tensões internas
Foi divulgado que o general Eyal Zamir, ex-número dois do Exército e atual ministro da Defesa, está apresentando divergências com Netanyahu.
Essas tensões não expressam uma divisão progressista: Zamir também é um sionista que compartilha a doutrina de “segurança total”. Ele apenas representa um setor militar que questiona o desgaste político e diplomático, interno e externo, gerado pelo atual primeiro-ministro. Trata-se de uma disputa entre setores do Estado pelo controle de uma estratégia compartilhada: a supremacia israelense sobre a Palestina.
Trump avaliza a ocupação
Por sua vez, Donald Trump declarou que a ocupação total de Gaza “dependerá em grande medida de Israel”. Essa declaração, longe de ser diplomática, legitima a anexação total e permanente dos territórios ocupados, incluindo Gaza. O imperialismo norte-americano foi, é e será abertamente pró-sionista e defensor de seu gendarme armado contra os povos do Oriente Médio. Longe de ser um pacifista, Trump tem as mãos manchadas de sangue por apoiar o projeto expansionista do “Grande Israel”.
Fora sionistas da Palestina!
Frente a essa ofensiva criminosa do Estado de Israel e de seus aliados imperialistas, o único caminho é apoiar a resistência com a mais ampla unidade de ação na mobilização mundial. Exigimos: ruptura de todas as relações dos governos com Israel! Boicote aos interesses israelenses! Fim imediato do bloqueio à ajuda humanitária! Nem ocupação nem anexação de Gaza e da Cisjordânia! Fora Israel de toda a Palestina!
Nesse sentido, chamamos a apoiar e impulsionar a campanha de declarações, fotografias e vídeos lançada pelo Socialist Horizon – LIS dos EUA, com as consignas “Feed Gaza Now!” e “Free Palestine!”.
A saída de fundo passa por derrotar o Estado de Israel e seus cúmplices imperialistas, para instaurar uma Palestina única, laica, não racista, democrática e socialista, como parte da Revolução Socialista em todo o Oriente Médio.
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