Por Coletivo Editorial Punto Rojo

Devemos deter este genocídio massivo contra o povo palestino!

O genocídio do Estado sionista contra o povo palestino atingiu novos patamares de depravação e desumanidade. O cerco quase total de Israel a Gaza e o bloqueio de suprimentos causaram a morte por fome de pelo menos 147 pessoas, incluindo 85 crianças.

A ONU estima que 100 mil mulheres e crianças palestinas sofrem de desnutrição severa, enquanto um terço da população de 2,1 milhões (mais de 600 mil pessoas) está há dias sem comer. Os hospitais carecem de insumos para atender doentes e feridos. O diretor da UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo) classificou a situação como “fome massiva deliberada”. Um denunciante das Forças de Defesa de Israel (FDI) informa que o exército israelense enterrou mil caminhões cheios de alimentos e suprimentos médicos.

A entidade sionista também fechou mais de 400 pontos de distribuição de ajuda internacional que alimentavam até dois milhões de palestinos diariamente, substituindo-os por quatro centros de distribuição de ajuda agora administrados por um suspeito contratante estadunidense, apoiado por Israel, chamado Fundação Humanitária de Gaza (FGH). Esses “centros de distribuição de ajuda” da FGH têm operado como parte de um esforço calculado para reduzir o acesso à ajuda alimentar e, assim, provocar fome e inanição em massa. Além disso, esses centros foram deliberadamente instalados dentro das “zonas vermelhas” designadas pelo exército israelense, mais conhecidas como zonas de fogo livre e de morte.

Pessoas famintas e desesperadas são obrigadas a correr por um campo de extermínio e escapar do fogo de metralhadoras numa loteria mortal para ver quem recebe uma refeição por dia. Esse bárbaro e perverso “Round 6” — na vida real — provocou o massacre deliberado de mais de mil palestinos, e milhares de outros ficaram feridos pelas forças sionistas e pelos contratantes militares estadunidenses, que atiram em homens, mulheres e crianças no que agora se converteu em massacres diários. A GHF é dirigida por Johnnie Moore, ex-assessor e aliado da campanha de Trump, um cristão sionista evangélico de extrema-direita e membro do conselho da Liga Antidifamação, também de extrema-direita e pró-sionista. Segundo investigação do Middle East Monitor, Moore, presidente do Congresso de Líderes Cristãos, mantém vínculos de longa data com figuras da extrema-direita estadunidense e israelense, tendo servido duas vezes durante a presidência de Trump e ajudado a coordenar a aliança evangélica com Netanyahu. Ele também apoia abertamente o plano proposto por Trump para que os Estados Unidos assumam o controle de Gaza — uma agenda que constitui limpeza étnica e ocupação colonial.

O genocídio palestino como função do colonialismo e do imperialismo

A fome massiva e forçada do povo de Gaza é a tática mais recente de uma estratégia contínua dos sionistas para perpetuar o genocídio contra o povo palestino, resultado direto do colonialismo de povoamento israelense a serviço e em alinhamento com os objetivos do imperialismo estadunidense e de suas contrapartes europeias. Israel busca expandir seu etnoestado capitalista colonial por meio da eliminação do povo palestino indígena, do enfraquecimento e subjugação dos Estados árabes e do Irã, e do roubo e colonização permanentes de terras através da guerra, como parte de uma expansão incessante e contínua de um “Grande Israel” enraizado na supremacia racial e religiosa.

Por sua vez, os Estados Unidos e seus aliados imperialistas europeus armam, dão respaldo político e atuam através do aparato militar israelense para derrotar e subjugar toda forma de oposição na região ao seu projeto de ampliar o controle capitalista sobre as vastas reservas de petróleo e gás, assim como sobre outros recursos naturais. Além disso, o apoio à expansão colonial do regime israelense e às suas ações é parte integral da estratégia imperial estadunidense na região para atingir objetivos imperialistas mais ambiciosos.

O uso da força militar israelense contra Estados, movimentos e populações opositoras ou insubmissas tem funcionado em conjunto com o envio e a consolidação de tropas e bases militares estadunidenses por toda a região nos últimos anos. Esses componentes complementares da estratégia militar imperial servem para conter ou neutralizar rivais imperialistas como China e Rússia, instaurar regimes submissos e derrubar opositores, reprimir levantes populares e movimentos de resistência onde e quando surjam, impor acordos econômicos lucrativos para os capitalistas e corporações estadunidenses e internacionais, e garantir a dominação e hegemonia dos EUA no futuro previsível.

Desde a criação de Israel em 1948 pelas potências imperialistas estadunidenses e europeias, a entidade colonial sionista só pôde sobreviver e expandir-se com o respaldo dessas potências, que operam através do sionismo israelense para seus próprios fins. Da mesma forma, o imperialismo estadunidense e europeu consolidou o regime militar colonial israelense ao longo de várias décadas, até transformá-lo na força mais letal, violenta e genocida do mundo, considerando-o um componente indispensável de seu exercício de poder e influência em toda a região.

Para a libertação da Palestina é preciso derrotar o imperialismo e o sionismo

Só existe uma solução para a libertação da Palestina da ocupação sionista: derrotar o sionismo e seus aliados imperialistas. Devemos apoiar e promover todas as formas de resistência ao projeto sionista que enfraqueçam sua capacidade de prosseguir o genocídio e lançar ataques por toda a região. Isso começa com o apoio ao direito das pessoas sob ocupação sionista ou sob ataque de resistir militarmente por todos os meios possíveis. Inclui também intensificar e globalizar as campanhas de solidariedade, com manifestações massivas, greves, ação direta, ocupações, interrupção da produção e distribuição de armas para a máquina de guerra israelense e todas as demais formas de pressão. Inclui ainda o fortalecimento do movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções contra empresas capitalistas e outras instituições que lucram com o sionismo e o genocídio, e a solidariedade com dissidentes que estão sendo presos, deportados e reprimidos por sua oposição a Israel, ao sionismo, ao genocídio e à guerra.

No plano internacional, devemos oferecer pleno apoio às classes trabalhadoras árabes da região — as únicas forças capazes de derrotar diretamente o projeto sionista e seus manipuladores imperialistas. Só por meio da libertação revolucionária de todas as classes trabalhadoras do Oriente Médio será possível também pôr fim ao jugo da dominação israelense sobre suas irmãs e irmãos palestinos. A heróica e inspiradora resistência e resiliência do povo palestino diante da entidade sionista e do imperialismo estadunidense e europeu é um elemento central desse processo. Apoiar o direito à resistência e à rebelião, construir a luta solidária em todos os centros do imperialismo mundial responsáveis por sustentar o sionismo e a opressão dos povos do Oriente Médio, e alinhar-se com a luta por uma Palestina única, laica, democrática e socialista é tarefa dos revolucionários de todo o mundo.