Por Movimento Revolucionário das Trabalhadoras e dos Trabalhadores

A ofensiva da direita neoliberal, com o governo Noboa à frente, que busca derrotar o movimento de massas por meio de uma guerra total, se choca frontalmente com a resistência popular. Eles imaginaram uma vitória fácil, mas se depararam com indígenas, trabalhadores e setores populares urbanos que saem às ruas, bloqueiam estradas e se mobilizam em todo o país para rejeitar o aumento do preço do diesel.

Contra todas as previsões do governo, a política do medo e da perseguição jurídica e financeira às lideranças não deu resultado, apenas fez crescer a resistência popular. Já é um mês de luta: quando uma chama se apaga, outra se acende imediatamente em outro lugar.

Noboa não está disposto a ceder, e a violência contra o movimento popular se tornou brutal: três mortos, dezenas de feridos, bombardeios com bombas de gás lacrimogêneo contra comunidades, invasões violentas para prender dirigentes, milhares de policiais e militares implementando uma verdadeira política de ocupação militar do território. As cenas de golpes, chutes, coronhadas e pessoas arrastadas pelas ruas, sem distinção de idade ou gênero, tornaram-se cotidianas.

O que começou como uma luta por uma reivindicação concreta — contra o aumento do preço do diesel — transformou-se em uma batalha contra o governo Noboa e sua crescente deriva autoritária. O movimento popular agora não exige apenas a suspensão do aumento, mas também rejeita o projeto de transformar novamente o país em uma “república bananeira”, controlada pelo dono da fazenda, com súditos totalmente submetidos aos seus caprichos.

A agressão contra o povo otavalo e outras comunidades precisa parar agora. Chega de bombardeios com bombas de gás lançadas dentro das casas! Exigimos a retirada imediata das forças policiais e militares dos territórios indígenas, o fim das detenções arbitrárias, a libertação de todos os lutadores e lutadoras populares presos durante a paralisação, o julgamento dos responsáveis pelas mortes e ferimentos, a revogação do decreto que aumentou os combustíveis e a abertura de mesas de diálogo sem condições para resolver os problemas urgentes dos setores populares. Denunciaremos energicamente diante da comunidade internacional os abusos deste governo contra o povo equatoriano.

Abaixo a política de terror do governo Noboa!

Na lógica autoritária do governo Noboa, é indispensável o controle completo das instituições, especialmente para destruir os direitos mais elementares do povo equatoriano e submeter o Judiciário, em particular a Corte Constitucional, a um papel submisso, que apenas receba ordens do Executivo e lhe permita governar sem limites, mantendo apenas a aparência de um regime democrático.

Por isso, ele convoca uma Consulta Popular, cujo ponto central é a convocação de uma Assembleia Constituinte que aprove uma nova Constituição sob o modelo neoliberal e oligárquico, subordinado às exigências do FMI.

Uma eventual vitória de Noboa nessa consulta significaria que ele se sentiria autorizado a aplicar todo o pacote neoliberal contra o povo equatoriano. O que está em jogo é o próprio Estado de Direito e suas garantias básicas, mas também os preços dos insumos fundamentais da economia popular, como o gás, as passagens, a eletricidade e a coleta de lixo.

Por isso, a luta contra o aumento do diesel deve continuar com uma grande campanha pelo NÃO na Consulta Popular, pois não se trata de dois processos separados, e sim de partes da mesma estratégia deste governo para empobrecer ainda mais o povo equatoriano e lançar milhares de trabalhadoras e trabalhadores ao desemprego, tanto no setor público quanto no privado.

Votar NÃO na Consulta Popular é dizer:

  • Não ao aumento do gás.
  • Não ao aumento das passagens.
  • Não à repressão contra o povo.
  • Não às demissões dos trabalhadores.
  • Não à mineração.

Outubro de 2025