Considerando que:

Há 50 anos a monarquia e o autoritário regime marroquino executam a ocupação do Saara Ocidental com repressão, violação dos direitos humanos, saque de recursos — como fosfato e pesca — por empresas multinacionais e europeias, e destruição e contaminação da natureza em situação de agressão bélica.
A Espanha também é historicamente responsável pela colonização e atualmente porque o governo de Pedro Sánchez aceitou o plano de autonomia de Mohamed VI.
Os imperialismos estadunidense e europeu avalizam a ocupação com a cumplicidade da MINURSO (ONU), que não organizou o referendo de autodeterminação que justificaria sua existência, nem protegeu a população saharaui sob ocupação.
As fronteiras impostas pelo colonialismo, o saque e os regimes reacionários só podem ser superadas mediante a luta da classe trabalhadora, da juventude e dos povos oprimidos, por uma África livre do imperialismo, das monarquias, das ocupações e do capitalismo dependente.
A autodeterminação saharaui deve se integrar em uma perspectiva de transformação socialista regional, continental e mundial.
As lutas dos povos saharaui e palestino estão unidas pelo mesmo objetivo: serem livres em seus próprios territórios hoje usurpados.

O 3º Congresso da LIS resolve:

  1. Rejeitar a proposta de “autonomia” sob soberania marroquina, as exigências do Marrocos na Cúpula secreta com a Espanha para apropriar-se do espaço aéreo saharaui e qualquer tentativa de legalizar a ocupação.
  2. Exigir a anulação de todos os acordos realizados sem a participação do povo saharaui e de seu interlocutor legítimo, a Frente Polisário.
  3. Exigir que seja garantido o referendo para a autodeterminação.
  4. Denunciar os cúmplices da ocupação, apoiar a mobilização e impulsionar campanhas internacionais de solidariedade, convocando organizações operárias, juvenis e populares a coordenar ações conjuntas de solidariedade com os povos saharaui e palestino.

Aprovado pelo III Congresso Mundial da LIS