O dia de hoje mostrou o povo de Jujuy enfrentando a repressão brutal do regime ditatorial de Morales, que busca impor com sangue e fogo a reforma anti-trabalhador, repressiva e vendida que a UCR e o PJ votaram juntos. A união dos professores e funcionários públicos que lutam por salários, o movimento piquetero que luta por trabalho e contra a fome e as comunidades originárias que lutam por água e suas terras formam um levante popular. Aqueles que se definem como parte das “pombas” e não dos “falcões” do Juntos por el Cambio mostraram sua verdadeira face mais uma vez. Os monopólios de lítio e os salários de fome indicados pelo FMI são a prioridade dos políticos capitalistas que governam para as corporações.
Os feridos e presos, alguns deles com gravidade, lembram os dias de 2001 ou a repressão na ponte Pueyrredon. O mesmo vale para o ataque da cavalaria. O trabalhador desempregado gravemente ferido por uma granada de gás lançada diretamente em sua cabeça lembra o assassinato de Carlos Fuentealba. O feriado decretado para amanhã é uma reminiscência das ditaduras que, impotentes para impedir uma greve geral como a da província de Jujuy em 21 de junho, decretaram um feriado para disfarçar a greve, desmobilizar e reprimir melhor.
Morales acusa o kirchnerismo, Alberto Fernández e a esquerda com um duplo objetivo. Fazer macarthismo contra aqueles de nós que estão em todas as lutas e denunciam a assembleia constituinte reacionária em todos os momentos e, ao mesmo tempo, encobrir sua parceria com o PJ que contribuiu com todos os seus votos para a reforma reacionária. É por isso que rejeitamos categoricamente a proposta de uma intervenção federal na província de Jujuy, como propuseram alguns setores do kirchnerismo e outros ligados ao governo nacional, porque seria uma manobra de confisco de um movimento popular em favor daqueles que governam com o FMI. São precisamente esses vínculos com o Fundo, responsabilidade do macrismo antes e do peronismo hoje, que levaram a uma dúzia de províncias com greves salariais que incluem governos tanto do Juntos por el Cambio quanto do peronismo e do kirchnerismo, como Santa Cruz.
Enfatizamos especialmente que essa reforma, que retira os direitos da maioria e garante negócios como o lítio a uma minoria de capitalistas, não foi votada isoladamente, mas em conjunto pelas bancadas de Morales e do peronismo. Foi votado por unanimidade por todas elas. Exceto pela bancada da Frente de Izquierda Unidad, que sempre rejeitou essa reforma e se retirou dessa farsa de assembleia constituinte dias antes da votação. Mais uma vez, fica claro que somente a Frente de Izquierda enfrenta de forma consistente todos os ataques aos direitos sociais e democráticos das maiorias trabalhadoras e populares.
De nossa parte, também queremos reivindicar o povo de Jujuy, que há semanas vem lutando por todos os seus direitos nas ruas. E que, hoje, mais uma vez, deu uma enorme demonstração de força e luta, permanecendo por horas enfrentando a repressão e defendendo seu direito de protestar, com grande dignidade enfrentou a repressão e fez ouvir sua voz e suas reivindicações justas e genuínas. E tivemos o orgulho de acompanhar esse grande gesto operário e popular com nossos candidatos a presidente e vice-presidente Gabriel Solano e Vilma Ripoll e as deputadas Romina del Pla e Vanesa Gagliardi que estão em Jujuy fazendo parte dessa mobilização. Já em Buenos Aires, Alejandro Bodart, Néstor Pitrola, Jessi Gentile e Vanina Biasi, juntamente com nossa militância, fizeram parte da marcha unificada até a Câmara de Jujuy, onde também repudiaram a repressão e a reforma reacionária de Morales. Além disso, em todo o país, nossos dirigentes e militantes se mobilizaram em apoio ao povo de Jujuy. Destacamos também a presença de Eduardo Belliboni e Mónica Sulle, bem como de Ileana Celotto e Valeria Filgueiras, dirigentes da AGD-UBA e da Ademys, juntamente com outros representantes sindicais e de direitos humanos do Encuentro Memoria, Verdad y Justicia.
O recuo de Morales em vários pontos para salvar o coração anti-manifestação é apenas isso, manobras para passar a questão central. Mas elas também refletem o enorme impacto da revolta popular. Pedimos que redobremos mais do que nunca o apoio ao povo de Jujuy em sua luta contra o regime de Morales, por salários que cubram a cesta básica e contra a reforma repressiva.
É necessário convocar uma grande greve nacional ativa, com marchas e greves em todo o país, para acompanhar a greve provincial em Jujuy e todas as ações que o povo de Jujuy decidir amanhã e depois de amanhã. As confederações sindicais, cuja passividade as tornou cúmplices desses abusos, devem parar de olhar para o outro lado e convocar uma greve geral até que a reforma caia. E, pela esquerda, devemos continuar a colocar toda a nossa força sindical e social para ajudar a organizar essa luta de forma mais completa, convocando para unir e coordenar de baixo para cima todo o ativismo em cada local de trabalho, em cada local de trabalho, estudo e nos bairros da classe trabalhadora para impor essas medidas de luta.
Mais uma vez, nos colocamos à disposição dessa importante luta política e social que antecipa o país que está por vir, onde novos ataques aos direitos sociais e democráticos virão. Um país que precisa que a esquerda intervenha com toda a sua força e de forma solidária e ativa, em primeiro lugar com essa luta exemplar do povo de Jujuy.
Unidade da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores
Lista “Unidade dos lutadores e da esquerda” (Partido Obrero e MST)