Crônicas da Palestina 18: Israel intensifica o massacre aéreo, mas reduz a invasão terrestre

Israel intensificou os ataques aéreos contra hospitais, escolas, campos de refugiados, padarias e civis indefesos em Gaza. Esses ataques também tem como alvo geradores, painéis solares e tanques de água. Mais de 9.633 pessoas já morreram. Uma criança morre a cada 10 minutos. Mesmo assim, nada ajuda em seu avanço frustrado, parado há uma semana nas entradas da cidade de Gaza e enfrentando a resistência palestina. As mobilizações de solidariedade à Palestina continuam em todo o mundo e milhares de israelenses saíram às ruas exigindo a renúncia de Netanyahu.

Sexta-feira, 3 de novembro

Israel bombardeou novamente famílias indefesas em evacuação para o sul de Gaza, que o próprio Israel indicou ser seguro, matando dezenas de pessoas na estrada costeira de Al-Rashid, em Gaza.

Os ataques organizados contra hospitais, sendo o mais recente ataque aos feridos e lesionados no portão do Hospital Al-Shifa hoje, ocorrem simultaneamente com ataques nas proximidades do Hospital Al-Quds e do Hospital Indonésio. Mais de 50 pessoas foram mortas no ataque covarde ao comboio de ambulâncias que transportavam os feridos que saíam do Hospital Al-Shifa para o Egito.

Violento bombardeio sionista nas proximidades do Hospital Al-Quds em Tal Al-Hawa, oeste de Gaza.

Ataques com bombas de fumaça nas proximidades do Hospital Indonésio. A fumaça chegou aos pátios do hospital.

Urgente, outro massacre: mártires e feridos em um bombardeio israelense com alvo em uma escola que abrigava pessoas expulsas na área de Al-Saftawi, no norte de Gaza.

O banho de sangue realizado por Israel não é suficiente para avançar. O exército de ocupação recuou aos primeiros pontos de partida na região noroeste, ou seja, aproximadamente um quilômetro e meio de volta para a zona americana. No avanço da ocupação para a área de Al-Maqousi, a resistência destruiu 18 veículos, incluindo tanques, veículos de transporte de pessoal e escavadeiras.

Honduras retirou seu embaixador de Israel, juntando-se à Colômbia, Chile, Turquia, Bahrein, Jordânia e Bolívia, que também cortaram relações diplomáticas.

Sábado, 4 de novembro

O pesado bombardeio israelense em Gaza se intensificou, tendo como alvo escolas, abrigos, áreas hospitalares e ambulâncias. Pelo menos 15 mortos em um ataque contra uma escola no campo de refugiados de Jabalia, segundo o Ministério da Saúde.

Outras dezenas de pessoas foram mortas em um bombardeio israelense contra pessoas deslocadas do lado de fora da entrada do Hospital Al-Nasr para Crianças em Gaza, e outro ataque destruiu uma mesquita no bairro de Al-Sabra, ao sul da Cidade de Gaza.

As forças israelenses também atingiram o gerador de energia do hospital al-Wafa, deixando-o fora de serviço, e destruíram um tanque de água público a leste de Rafah que abastecia vários bairros. Os ataques aéreos israelenses também destruíram painéis solares instalados no topo de várias padarias para continuar fornecendo serviços para milhares de palestinos na Faixa de Gaza, já que os apagões continuam. Pelo menos cinco padarias na Faixa de Gaza foram alvo direto de ataques israelenses, e pelo menos outras oito foram tão danificadas por ataques próximos, impossibilitando o serviço.

Urgente: Bombas israelenses destroem a principal fonte de água no campo de refugiados de Jabalia.

O braço armado do Hamas diz que mais de 60 reféns estão desaparecidos pelos ataques aéreos israelenses em Gaza e que 23 corpos de reféns israelenses ficaram presos sob escombros.

Já se passaram mais de 6 dias de combates desde que Israel anunciou a expansão de sua operação militar terrestre dentro de Gaza. Os combates estão realmente furiosos e se intensificam em diferentes setores de Gaza. Os combatentes palestinos conseguiram emboscar as forças israelenses, atacando-as com diferentes tipos de mísseis antitanque e abrindo fogo contra as tropas israelenses.

Nas últimas 48 horas, os combatentes do Hamas destruíram 24 veículos militares israelenses, incluindo um tanque, um veículo blindado de transporte de pessoal e uma escavadeira com armas antiblindagem, incluindo projéteis Al Yassin 105.

Milhares de israelenses protestaram em frente à residência oficial do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, no centro de Jerusalém, pedindo sua renúncia.

Em seu primeiro discurso desde a agressão israelense em Gaza, há quatro semanas, o líder máximo do Hezbollah, Hassan Nasrallah, alertou na sexta-feira que “todas as opções” estão abertas para uma expansão do conflito e culpou os Estados Unidos pela “guerra” em Gaza.

100.000 pessoas marcharam hoje em Washington em solidariedade à Palestina. Milhares de pessoas também marcharam em Londres, Berlim, Paris e Buenos Aires. Na Turquia, houve protestos contra a visita do Secretário de Estado dos EUA, Blinken.

Coluna do MST, seção argentina da LIS, na marcha em Buenos Aires.

 

Mais de 20.000 pessoas marcharam em Santiago, no Chile, contra o genocídio israelense.