O surgimento do S.TO.P. marcou uma mudança no sindicalismo democrático e combativo português. Nas últimas semanas, o Sindicato organizou uma Campanha em defesa da Escola Pública com ações em diferentes cidades e estabelecimentos do país, com uma forte participação de professores profissionais e trabalhadores da educação. Se ouviu insistentemente na manifestação realizada no dia 2 de março em Lisboa que “a união faz a força”.
Por Flor Salgueiro
Uma das ações foi a Arruada Nacional pela Escola Pública, realizada no sábado passado. A manifestação teve uma forte repercussão midiática. Isso aconteceu por duas questões centrais. Primeiro, por ocorrer uma semana antes das eleições nacionais antecipadas, enquanto os partidos do regime estavam focados apenas em votos, os trabalhadores da Educação (docentes e não docentes) tomaram as ruas reivindicando: “Vote pela Escola Pública e pela valorização de todos os profissionais”, “É hora de investir nos serviços públicos essenciais para a população” e “Juntos somos mais fortes”. A mobilização, em si, é centrada na confiança na luta e na autoorganização. Uma delegação da Liga Internacional Socialista (LIS) juntou-se à marcha em solidariedade à mobilização.
O segundo aspecto que marcou a mobilização foi o fato de ter acontecido sob ventos e chuvas intensos, o que não impediu os docentes e não docentes, que percorreram o percurso entre a Praça Duque de Saldanha e o Monumento ao 25 de abril. Os cartazes das diferentes escolas e cidades tinham mensagens diferentes e uma das palavras de ordem repetidas foram: “Não paramos de lutar”. A combativa mobilização repetiu incessantemente “Escola unida, jamais será vencida”. O dia terminou com as falas de ativistas, dirigentes docentes e não docentes e do coordenador do S.TO.P., André Pestana, que entrevistamos. Em sua intervenção destacou, entre outras questões: “A escola pública tem um papel que mais ninguém pode ter na sociedade, de garantir uma educação de excelência a todos os alunos, independentemente de serem filhos de ricos ou de pobres”, “As eleições estão se aproximando, queremos soluções”, “Se não investirem sério na escola pública, esta luta não vai parar”. Exigiu ainda “uma avaliação justa e uma progressão sem quotas” para as categorias docente e não docente, o reconhecimento dos assistentes operacionais, uma gestão mais democrática das escolas e que os recursos não sejam direcionados ao ensino privado.
Pestana propôs a continuação da greve para o dia dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, pelos direitos humanos, contra a discriminação e pela igualdade de gênero, sendo violada, entre outras ocasiões, quando as mulheres profissionais da educação são prejudicadas na sua avaliação/progressão, pelo simples fato de serem mães.