Venezuela: Perante “resultados muito duvidosos”, a Marea Socialista reitera que a classe trabalhadora não teve candidatos nestas eleições

Chama a continuar a luta para recuperar os direitos roubados

Gustavo Martinez, da organização venezuelana de esquerda Marea Socialista (opositora ao governo de Nicolás Maduro e ao PSUV) e membro da agrupação de partidos revolucionários Liga Internacional Socialista (LIS), compartilhou em um vídeo suas primeiras impressões da MS em relação às eleições de 28 de julho e aos resultados anunciados até o momento pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Sobre os resultados do primeiro boletim do CNE, que declara Nicolás Maduro como vencedor, Martinez comenta que “como se sabe, o governo se preparou para essas eleições de forma muito conveniente para si, de maneira antidemocrática e autoritária, atacando organizações políticas, proscrevendo ou inabilitando candidaturas e, nesse sentido, o cenário que temos agora estava entre os mais prováveis”.

O dirigente da MS opina que “foi um processo (eleitoral) nada transparente e os resultados emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral são muito duvidosos”.

Por outro lado, ele aponta que “a oposição, com González Urrutia, candidato de María Corina Machado, até agora tem dito que não reconhece os resultados e tem feito apelos aos militares, insinuando e dizendo que eles sabem perfeitamente o que aconteceu, e também disse que nas próximas horas estariam informando sobre algumas ações que pretendem realizar”. Ele continua dizendo que “estamos falando de uma candidatura que representa um setor profundamente patronal, muito reacionário, extremamente de direita, tão inimiga dos trabalhadores e dos setores populares quanto o próprio governo”.

Por fim, ele menciona que a Marea Socialista fez parte de uma campanha intitulada “a classe trabalhadora não tem candidato”, a partir da qual convocaram a “votar nulo” e, nesse sentido, considera que agora é mais pertinente do que nunca reiterar a mensagem de que “a classe trabalhadora precisa recuperar sua capacidade de força e luta, e deve elaborar um plano que vise recuperar todos os direitos que nos foram tirados”. Para que isso aconteça, ele indica que “não podemos continuar a serviço de candidaturas ou de organizações políticas que expressam interesses muito diferentes dos nossos”, como classe trabalhadora.

Tudo isso faz parte de seu balanço eleitoral que será divulgado nos próximos dias e que será realizado no âmbito dos diversos espaços em que a MS tem articulado com outras agrupações de esquerda crítica e opositora ao governo, que não votou nem no candidato governamental nem na oposição da direita clássica ou tradicional.

Leia também a declaração unificada da esquerda anticapitalista venezuelana