Por Revolução Socialista – LIS, Brasil

Abaixo o ajuste fiscal. A luta é nas ruas!

O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou Jair Bolsonaro réu pela tentativa de golpe de Estado de 2023.

A decisão unânime da Primeira Turma do STF, ao aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), sinaliza que a impunidade não prevalecerá. Será? O poder judicial atua sob comando do poder econômico e todos os governos tem sido omissos e/ou colaboradores de uma justiça que reprime e mata o povo trabalhador, pobre e a juventude preta nas periferias, usando a mão de ferro das PMs, enquanto ricos e poderosos são anistiados. 

A impunidade é uma constante, e é por isso que nossa luta visa desmontar esse aparato judicial e repressivo, começando pela desmilitarização da polícia e pela exigência de que delegados e comissários sejam eleitos com mandatos revogáveis pelo povo. Também defendemos a sindicalização dos policiais, buscando garantir a independência dos integrantes das forças em relação aos interesses dos governos de plantão e sejam controlados pela população. 

Além de Bolsonaro, figuras-chave como Walter Braga Netto, Augusto Heleno e outros sete réus devem ser responsabilizados por seus crimes. Enquanto continuamos lutando pela punição dos golpistas responsáveis por 20 anos de ditadura militar que perseguiu, torturou e assassinou milhares em nosso país. É hora de acabar com a impunidade dos militares de hoje e de ontem! 

A tentativa de golpe, que visava manter Bolsonaro no poder a qualquer custo, foi derrotada sobretudo pela ausência de apoio popular. Embora no dia 30 de março tenham sido convocados atos contra a anistia a Bolsonaro e aos golpistas do 8 de janeiro, as Centrais Sindicais e organizações sociais continuam reféns da política de “panos quentes” do PT e de Lula, que buscam canalizar todo o processo de mobilização pela via da institucionalidade do Estado burguês, desmobilizando e criando expectativas em relação a ele. É por isso que a convocatória centrou na politica contra anistiar os golpistas e não falou uma vírgula das demandas e lutas que o povo trabalhador, os setores populares e a juventude estão protagonizando hoje nas diferentes mobilizações e lutas que acontecem em nosso país.

No entanto, a luta contra o golpismo não se limita à punição dos envolvidos. É preciso denunciar a contradição do governo Lula, que mantém em sua base partidos que apoiaram Bolsonaro. 

Além disso, o governo Lula, por meio do Arcabouço Fiscal e de outros pacotes antipopulares, impõe um ajuste fiscal que penaliza os trabalhadores e beneficia os ricos, com o apoio dos partidos que sustentaram Bolsonaro. A alta dos juros, o desemprego e o arrocho salarial são provas de que o governo está do lado dos poderosos, não do povo. Essa política decepciona as massas que votaram em Lula na expectativa de melhores condições de vida, fortalecendo, assim, Bolsonaro e seu projeto reacionário. De continuar assim, o governo Lula está favorecendo um possível retorno da extrema direita ao governo nas próximas eleições. 

A Revolução Socialista (tendência interna do PSOL) seção brasileira da Liga Internacional Socialista (LIS) exige das centrais sindicais e das Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, sobretudo da direção majoritária do PSOL coerência na luta contra o golpismo e na luta contra o ajuste fiscal do governo.  

É hora de mobilizar a classe trabalhadora e o povo pobre contra o golpismo e o ajuste fiscal. Precisamos ir às ruas, com todas as organizações sociais, sindicais e políticas, para exigir:

  • Prisão imediata de todos os golpistas!
  • Abaixo o Arcabouço Fiscal! Revogação das medidas que prejudicam os trabalhadores!
  • Fim da escala de trabalho 6×1
  • Emprego, reajuste salarial e melhoria das condições de vida para a maioria da população! Contra as privatizações!
  • Pelo fim da Polícia Militar!