Chamado internacional para reagrupar mais forças anticapitalistas, socialistas e revolucionárias

Visto que atravessamos uma etapa mundial na qual a guerra interimperialista, a crise econômica sem saída, a catástrofe socioambiental e a ultradireita constituem ameaças sérias para as massas trabalhadoras e seus aliados no mundo;

Que mais do que nunca a ofensiva internacional do capital como plano de guerra contra as massas do mundo se manifesta como orientação planetária da burguesia em crise e, além dos ritmos desiguais em cada região ou país, a escalada ultra-reacionária da minoria de classe é global;

Que diante deste panorama histórico de encruzilhadas, com uma polarização social e política enorme que define a situação mundial, tendo em um extremo a ultradireita que expressa a linha de frente do capital contra a classe trabalhadora, a juventude e os povos; mas, do outro, uma valente resistência massiva que se manifesta em ações enormes como o movimento em apoio à heroica causa palestina, greves ou rebeliões em diferentes pontos do mundo, embora sem direção política revolucionária à frente;

Que por tudo isso, e diante da crise dos aparatos reformistas no movimento operário e de massas por insistirem em soluções dentro dos marcos de um capitalismo que não oferece margens para concessões, e ainda girando diante dos fracassos reiterados cada vez mais para a direita, abrem-se oportunidades muito grandes para a esquerda revolucionária e para nossa LIS em particular;

E considerando, portanto, que diante deste quadro geral, são necessárias respostas programáticas, políticas, de orientação e organização à altura das circunstâncias,

Este III Congresso Mundial da Liga Internacional Socialista resolve:

1. Fazer um chamado internacional para reagrupar forças militantes em um novo projeto internacional revolucionário, partindo do fato de que a LIS expressa uma confluência dinâmica em processo de crescimento, e este III Congresso em particular é prova de que continuamos dando passos nesse caminho com novas incorporações, baseadas antes de tudo em uma aproximação inicial a partir de acordos importantes sobre os principais fatos da luta de classes mundial (Ucrânia, Palestina, China e Rússia como novos imperialismos, etc.), mais do que em balanços históricos ou debates do passado. Reivindicamos este método para alcançar convergências positivas entre correntes de origens distintas que apostam em construir em comum uma nova tradição revolucionária.
2. Dirigir tal chamado unitário às organizações, partidos ou grupos nacionais que se reivindiquem anticapitalistas, socialistas e revolucionários, em particular às forças internacionais do campo do trotskismo abertas a este debate por um reagrupamento internacional. Propomos avançar com todos os que estiverem dispostos a confluir com base em acordos presentes sobre os principais processos da luta de classes, um programa para a ação revolucionária e a transição ao socialismo e, fundamentalmente, com base em um saudável centralismo democrático, que aposte na intervenção política centralizada com campanhas militantes e na construção de partidos revolucionários em cada país, embora dando forte peso ao polo democrático, ao debate coletivo, à tolerância a diferenças e nuances, e respeitando as organizações nacionais, seus ritmos, dinâmicas e direções.
3. Reafirmamos novamente que a LIS é uma prova de que isso é possível em escala internacional, assim como experiências nacionais como a do FIT-Unidade na Argentina, embora com debates e polêmicas públicas, expressam uma positiva unidade eleitoral de forças revolucionárias, que apostamos em avançar rumo a um partido unificado de tendências, como propõe nossa seção naquele país, o MST.
4. Estender a convocação também a personalidades, referências e ativistas do movimento operário, estudantil, socioambiental, do movimento de mulheres e diversidades, direitos humanos e democráticos, à intelectualidade crítica e ao campo da cultura.
5. Convocamos, portanto, a abrir este debate a todas as organizações, grupos, coletivos, personalidades e ativistas dispostos a explorar esta perspectiva.
6. Elaborar um Manifesto público que popularize este chamado e seja o instrumento central de uma ofensiva campanha pública da Liga Internacional Socialista em todo o mundo.

Aprovado pelo III Congresso Mundial da LIS