Por Lucas Finger
Em todo o mundo se levantam novos, maiores e mais frequentes protestos para colocar um freio ao genocídio na Palestina. As mobilizações massivas, os acampamentos universitários e as flotilhas buscam romper o bloqueio e estão moldando um movimento global cada vez mais radicalizado. Saiba mais sobre o contexto dessa iniciativa naval, que inclui Cele Fierro, do MST Frente de Izquierda, e os desafios futuros.
Apesar da campanha da extrema direita para estabelecer um consenso pró-Israel, os movimentos em defesa do povo palestino permanecem firmes em todo o mundo. O poder econômico e político global é cúmplice do genocídio em curso, mas os palestinos em todo o mundo encontraram um espaço para levantar suas vozes ao lado de outros grupos organizados, demonstrando que a solidariedade popular é sua arma mais poderosa de resistência.
Vale destacar que o apelo por um cessar-fogo continua ganhando força quase dois anos após a intensificação do massacre perpetrado pelo Estado de Israel. A resistência de crianças, adultos e idosos na Faixa de Gaza inspira ações, protestos e discursos de artistas e personalidades da mídia. A campanha BDS (boicote, desinvestimento e sanções) fortalece ações que buscam enfraquecer o poder militar e a subsistência econômica de Israel, que depende de recursos de multinacionais como Starbucks, McDonald’s, Unilever, entre outras.
Neste momento, enquanto o genocídio avança em direção à “solução final”, acumulando crimes de guerra confessados por seus próprios comandantes militares, testemunhamos uma crueldade exponencial. O bloqueio de água, alimentos e equipamentos médicos, a destruição de hospitais, campos de refugiados e igrejas, o assassinato de crianças, mulheres e idosos em filas de ajuda humanitária e o deslocamento em massa de populações sob ameaça de extermínio total são algumas das principais violações de direitos humanos cometidas na região, que, desde a Segunda Guerra Mundial, não eram consideradas recorrentes. É urgente redobrar as ações para deter a máquina de extermínio em curso.

Ações coletivas globais por Gaza
Os protestos, que começaram em algumas cidades em 2023, logo se espalharam pelo mundo. A solidariedade mobilizou trabalhadores que pressionaram empresas a desinvestir em Israel. A mobilização alcançou estudantes de todo o mundo, que acamparam para exigir que as universidades se manifestassem, especialmente nos Estados Unidos, onde há laços diretos entre as principais universidades e Israel. Recentemente, a estratégia de enviar flotilhas para romper o cerco à Palestina foi retomada.
A tentativa de chegar a Gaza com ajuda humanitária por mar não é nova. O rígido controle terrestre e aéreo de Israel, que inclui um bloqueio alimentar, torna a rota marítima a única possibilidade real de a ajuda chegar ao território palestino.
- Em 2010, a Flotilha da Liberdade foi brutalmente atacada por Israel em águas internacionais, resultando em oito mortos e dezenas de feridos.
- Em 2015 e 2018, outras iniciativas também fracassaram e foram interceptadas. Em 2025, já houve duas tentativas: na primeira, em maio, o navio foi atacado com drones; a tripulação, que incluía figuras conhecidas como Greta Thunberg, foi sequestrada e detida pelas forças israelenses.
- Posteriormente, a nova flotilha, liderada pelo navio Madleen, também foi interceptada.
A Flotilha Global Sumud
Agora, uma nova tentativa de romper o cerco está em andamento. Neste momento, milhares de ativistas de todo o mundo estão se dirigindo a Gaza para a maior ação de confronto contra o bloqueio humanitário. Para aumentar a visibilidade da ação, ativistas, influenciadores e ativistas de diversas causas estão se juntando às frotas para levar ajuda ao povo palestino.
Da Argentina, temos o orgulho de estarmos representados pela companheira Cele Fierro, ativista do MST e deputada da Cidade de Buenos Aires pela Frente de Izquierda Unidad, que faz parte da delegação que busca finalmente abrir um canal humanitário permanente e frear o genocídio. Este é um passo importante para a construção de uma resposta internacional forte e mobilizada em defesa de uma Palestina livre, democrática, laica e socialista, como defendemos na Liga Internacional Socialista.

Cele Fierro com Greta Thunberg
Desde todos os rios até todos os mares, a Palestina vencerá!
Este artigo foi publicado originalmente no site Periodismo de Izquierda.




