Passaram as 24 horas mais mortíferas do conflito, o genocídio sionista dizima famílias inteiras, a crise humanitária ameaça milhares de vidas e Israel intensifica os bombardeios antes de invadir Gaza.
Terça-feira, 24 de outubro
Desde o início da agressão, Israel lançou mais de 12.000 toneladas de explosivos sobre a Faixa de Gaza, o equivalente à potência da bomba atômica lançada sobre Hiroshima. O número de mortos em Gaza, desde o início do conflito, aumenta para 5.900. De acordo com as autoridades palestinas, mais de 700 palestinos foram mortos em ataques aéreos israelenses durante a noite em Gaza, criando o maior número de mortos em 24 horas desde o início da ofensiva israelense em Gaza. Nenhum caminhão de ajuda humanitária entrou na Faixa de Gaza nas mesmas 24 horas e apenas oito entraram nas primeiras horas da manhã da quarta-feira. Pelo menos 15 hospitais da Faixa de Gaza deixaram de funcionar por causa fa ofensiva israelense contra o enclave, informaram os meios de comunicação social palestinos, citando funcionários da saúde.
Os ataques a hospitais têm continuado desde o bombardeamento assassino do Hospital Al-Ahli, que matou centenas de pessoas na semana passada. O hospital de Beit Hanoun tem sido repetidamente alvo de ataques israelenses, de acordo com as autoridades sanitárias palestinas. Segundo as autoridades, as estradas em redor do hospital também foram destruídas, impossibilitando o acesso. O Ministério da Saúde da Palestina afirmou que o Hospital Pediátrico Al-Durrah, no leste de Gaza, foi atacado com fósforo branco, proibido internacionalmente. O hospital para idosos Al-Wafa e a área Al-Qassam também foram atacados.
A OMS apelou por um “cessar-fogo humanitário e imediato” para permitir a passagem de combustível e de material sanitário para Gaza, alertando ao fato de, caso contrário, milhares de doentes vulneráveis estarão em risco. Juliette Touma, diretora de comunicação da agência da ONU aos refugiados palestinos (UNRWA), afirmou à Al Jazeera: “Se não recebermos um carregamento urgente de combustível nas próximas 24 horas, poderemos ser forçados a suspender as nossas operações humanitárias, uma das maiores na história desta agência da ONU. Abrigamos 600.000 pessoas em mais de 160 instalações subterrâneas, incluindo escolas, instalações médicas e outros edifícios, como armazéns… Os abastecimentos também estão acabando. Não poderemos fazer coisas simples como pôr a nossa frota de carros trabalhando ou pôr os caminhões para trabalhar e ir buscar os fornecimentos que chegam das fronteiras… Precisamos de combustível e com urgência.”
As casas das famílias foram bombardeadas por aviões: Abu Hilal (bairro de Al-Amal, Khan Yunis); Al-Aymawi (Al-Qarara, Khan Yunis); Abadla Balqarara (Khan Yunis) há 9 mártires; Abdel Nabi (norte de Gaza) 2 mortos e vários feridos; Abu Qishta (bairro de El Geneina) dezenas de feridos; Al-Maghari (bairro de Al-Geneina, perto das escolas de acolhimento) 30 mártires e dezenas de feridos; Mukheimer (Tal Al-Sultan) 17 mortos e dezenas de feridos; Al-Hashash (oeste da província) 11 mortos e dezenas de feridos; Abu Rukba (campo de Al-Shaboura) 1 mártir e dezenas de feridos e Abu Ratima (Tal Al-Sultan) 3 mártires. Mártires do massacre da família Al-Hassani: Muhammad Fayez Al-Hassani (Abu Mahmoud), mulher Zahraa Hazem Al-Abadla, filha: Batoul Muhammad Fayez Al-Hassani, filha: Yara Muhammad Fayez Al-Hassani, irmã Rand Fayez Al-Hassani, irmã: Rawand Fayez Al-Hassani, sobrinho, Rond: Hammam Muhammad Al-Atl, filho da irmã, Rawand: Aws Muhammad Al-Atal, sobrinha, Rawand: Ward Muhammad Al-Atal e marido da sua irmã Rond, Muhammad Al-Otal. Mártires de Khan Yunis ayer: Amer Kamal Rashwan, Jinan Ibrahim Rashwan, Joan Ibrahim Rashwan, Amjad Khaled Rashwan, Khaled Kamal Rashwan, Ahlam Amer Rashwan, Narges Obaid Rashwan, Aisha Amer Rashwan, Lillian Ibrahim Rashwan, Aseel Ibrahim Rashwan, Hola Akram Rashwan, Aseel Ibrahim Rashwan, Subhia Abdel Karim Abu Habis, Rabei Jamis Abu Habis, Rahaf Abdel Majeed Khashan, Hudhayfah Muhammad Abdel Ghafour, Nada Muhammad Abdel Ghafour, Jana Muhammad Abdel Ghafour, Baraa Muhammad Abdel Ghafour, Muhammad Ahmed Abdel Ghafour, Aisha Fayez Abdel Ghafour, Faisal Hassan Abu Daqqa, Shehada Faisal Abu Daqqqa, Saqr J… 12 corpos recuperados dos escombros na zona de Jabalia Al-Nazla, pertencentes à família Awad, chegam ao hospital Kamal Adwan. As imagens são de cortar o coração, o genocídio massacra famílias inteiras, é uma limpeza étnica. Mesmo assim, a “comunidade internacional” e os governos burgueses vitimizam Israel e os seus métodos nazistas. Israel intensifica maisbuma vez os bombardeios contra Gaza e prepara-se para a invasão. O primeiro-ministro de Israel dirigiu-se aos membros da Unidade Yahalom do corpo de engenheiros de combate estacionado perto de Gaza: “Estamos enfrentando a próxima etapa que se aproxima”.
Um míssil atinge o aeroporto Ben Gurion e ouvem-se três grandes explosões em Tel Aviv. Registam-se violentos ataques na zona de Yarmouk. O governo israelense aprova regulamentos que lhe permitem impedir os prisioneiros palestinos de se encontrarem com os seus advogados. A mesquita de Al-Aqsa é subitamente encerrada e impedida de entrar. O exército israelense lança panfletos em Gaza pedindo informações sobre os reféns.
O exército de Israel intensifica seus ataques na frente libanesa, incluindo um ataque às colinas de Kfar Shuba com quatro mísseis. O secretário-geral adjunto do Hezbollah, Naim Qassem, afirma que, nestas circunstâncias, tem a “mão no gatilho”. O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, efetua uma visita surpresa às instalações do exército e da ONU no sul do país.
Um dos prisioneiros israelenses libertados pelo Al-Qassam declarou: “Andamos 1,5 km através de um túnel subterrâneo e parecia que estavam prontos para prender os prisioneiros. Tudo estava pronto e as necessidades de todos estavam satisfeitas… O governo, o exército e o Shin Bet abandonaram-nos. Somos o bode expiatório do governo… Tínhamos sempre um paramédico conosco e o médico visitava-nos de dois em dois dias para ver como estávamos. Estávamos limpos e trouxeram-nos os medicamentos certos… Trataram-nos com gentileza e responderam a todas as nossas necessidades”. Israel evita fornecer uma lista dos 200 reféns detidos pelo Hamas nas zonas próximas de Gaza.
O porta-voz do Pentágono, o brigadeiro-general Pat Ryder, reconheceu: “As forças dos EUA e da coligação foram atacadas pelo menos 10 vezes no Iraque e três vezes na Síria por uma combinação de drones de ataque e foguetes entre 17 e 24 de outubro… Sabemos que os grupos [que levam a cabo] estes ataques são apoiados pelo IRGC [Corpo de Guardas da Revolução Iraniana] e pelo regime iraniano. Estamos assistindo à perspetiva de uma escalada mais significativa contra as forças e o pessoal dos EUA em toda a região, a muito curto prazo, por parte de forças iranianas por procuração e, em última análise, por parte do Irã… Estamos nos preparando para esta escalada, tanto em termos de defesa das nossas forças como de resposta decisiva”.
Citando o Comando Central dos EUA (CENTCOM), a NBC afirmou que, a 18 de outubro, 20 militares dos EUA ficaram feridos durante um ataque à base de al-Tanf, na Síria, e outros quatro ficaram feridos num ataque a Ain al-Asad, no Iraque.
Macron visitou Israel e propôs a Netanyahu uma coligação internacional e regional contra o terrorismo. O conflito palestino volta com força às Nações Unidas, com quase oitenta países pedindo a palavra no “debate aberto” que o Conselho de Segurança vai dedicar à questão. Lula diz que a ONU poderia fazer mais na “guerra” entre Hamas e Israel. O chanceler alemão Olaf Scholz reitera a “solidariedade inabalável” da Alemanha com a Ucrânia e Israel. O Presidente ucraniano Volodymir Zelenski apela a uma solução para a libertação dos reféns, afirmando que “sem estabilidade no país, será mais difícil alcançar a paz na Europa”. Erdogan diz a Putin que “o silêncio ocidental agrava a situação humanitária em Gaza” e que a “selvajeria” em território palestino se aprofunda com a morte de civis.
As manifestações não param. Lotação de um estádio em Kuala Lumpur, na Malásia, em apoio à Palestina.
Uma grande marcha foi realizada em direção à embaixada de Israel na Jordânia em protesto contra os massacres da ocupação na Faixa de Gaza. Os manifestantes exigem a expulsão do embaixador israelense e a abertura das fronteiras.
Foi realizada uma manifestação massiva em frente à Embaixada de França em Beirute em apoio a Gaza e em rechaço aos massacres contra a população palestina.
A mobilização continua espalhando-se por todos os cantos do globo. Hoje, quarta-feira, foi convocada uma marcha massiva até à embaixada de Israel em Buenos Aires.