Começam as incursões terrestres de Israel na Faixa de Gaza, com uma forte resistência. Continuam os bombardeios em Gaza e as prisões em massa na Cisjordânia. O clamor mundial por ajuda humanitária aumenta à medida que os EUA e Israel mantêm o bloqueio. A escassez de combustível afeta os cuidados médicos. A Rússia recebe representantes do Irã e do Hamas.
Quinta-feira, 26 de outubro
O massacre sionista já causou mais de 7.130 mortos, sendo quase 3.000 crianças. Mais de 17.500 ficaram feridos. O Ministério da Saúde de Gaza divulgou os nomes dos 7.000 mortos em resposta às dúvidas dos EUA sobre o número de vítimas mortais. “Por detrás de cada nome está a história de uma pessoa.”
Um comboio de doze caminhões entrou em Gaza com ajuda de emergência, mas sem combustível. O Crescente Vermelho relata um cenário caótico nos hospitais pelo bloqueio total. A ONU sublinha que “não há lugar seguro em Gaza”.
A WAFA informa que foram efetuadas 30 detenções em Hebron, incluindo a do jornalista Lama Jater. O diário palestino Filastin refere que 80 pessoas foram detidas em ações de luta em Jerusalém Oriental, Ramallah, Nablus, al-Bireh e nos arredores de Belém, com prisões de cerca de 1 mil pessoas na Cisjordânia.
Durante a noite, mais de 100 veículos armados de Israel entraram em Jenin, cercando o Hospital Ibn Sina e organizando equipes de franco-atiradores. Há confrontos com a resistência.
Na Alta Galileia (fronteira de Israel com o Líbano), os bombardeios provocam incêndios florestais e a população é evacuada. Um grupo de ataque dos EUA com um porta-aviões está estacionado no Mediterrâneo e outro está a caminho. Os Estados Unidos confirmam que, pelo menos, 21 soldados foram feridos em ataques no Iraque e na Síria.
Os oficiais militares israelenses sublinham que suas operações tem por objetivo “erradicar” o Hamas. Entretanto, erradicando a população palestina. As autoridades israelenses continuam avisando a população do norte de Gaza (1,4 milhões de pessoas) que abandonem a área. Os preparativos para a invasão terrestre incluem “incursões direcionadas” com tanques, veículos blindados, escavadoras e artilharia, como foi feito no norte de Gaza, regressando com dezenas de detidos.
Durante a noite, as incursões terrestres de Israel prolongam-se, encontrando uma forte resistência. Al-Qassam consegue capturar membros da força que está a atacar Beit Hanoun, no norte de Gaza. Os reforços israelenses tentam, sem sucesso, resgatá-los.
O bombardeio prossegue. São registados novos disparos de fósforo branco, proibido internacionalmente, na zona de Sheikh Radwan.
O ministro da Cultura de Israel afirma que o governo é responsável pelas falhas de segurança nos ataques do Hamas. Os kibutz foram duramente atingidos durante o ataque surpresa do Hamas de 7 de outubro e as garantias de segurança desapareceram completamente, uma vez que muitos dos reféns foram levados dos kibutz. Israel não confirma nem desmente a lista de reféns incluída na denúncia pública feita por familiares em fóruns como “Bring them home now”. Israel elevou o número de reféns para 224. A OMS manifesta a sua preocupação com o estado de saúde dos reféns em Gaza e apela por uma prova de vida.
Os governos da Jordânia, dos Emirados Árabes Unidos, do Barém, da Arábia Saudita, de Omã, do Qatar, do Kuwait, do Egito e do Marrocos apelam a Israel para que ponha termo às “violações flagrantes do direito internacional” e à “punição coletiva” do povo palestino. Os membros da UE emitiram um documento em que apelam que “a ajuda chegue aos necessitados, tomando todas as medidas necessárias, incluindo pausas e corredores humanitários”. Jornalistas e fotojornalistas espanhóis exigem um cessar-fogo e a possibilidade de fazer reportagens na Palestina e em Israel. A Câmara dos Representantes dos EUA aprova uma resolução de apoio a Israel. Erdogan acusa Israel de atuar como uma organização terrorista. A Rússia acompanha a chegada dos caças F-16 dos EUA ao Médio Oriente, mas não a considera uma provocação. O vice-ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Ali Bagheri Kani, e representantes do Hamas são recebidos no país. Putin rejeita a “responsabilidade coletiva” na luta contra o terrorismo no Oriente Médio.
O Hamas apela aos palestinos, aos árabes e a todo o mundo para que protestem em massa na sexta-feira e no domingo, com as palavras de ordem: “Abram a passagem de Rafah” e “Parem a guerra genocida em Gaza”. O governo francês proibiu a realização de uma manifestação de apoio à Palestina no próximo sábado. As manifestações de solidariedade internacional com o povo palestino prosseguem. Hoje, os futebolistas da Tunísia manifestaram apoio à resistência palestina e os estudantes de Madrid entraram em greve em solidariedade com a Palestina.