O 41.º Congresso do The Struggle (A Luta), seção da LIS no Paquistão, ocorreu em Lahore, de 2 a 3 de março de 2024. Mais de 1.300 camaradas, com uma elevada participação de jovens e mulheres, muitos deles novos militantes e simpatizantes que recém aderiram ao partido, debateram os principais aspectos da situação mundial e nacional, o legado de Lenin 100 anos após a sua morte, os desafios e perspectivas da organização e uma série de tarefas para aproveitar as oportunidades proporcionadas pela luta de classes no país e na região. Antes do início do Congresso, foram publicados, distribuídos e debatidos por toda a organização três documentos muito pormenorizados sobre as perspectivas e a construção do partido. Estes documentos foram depois votados no Congresso. Além disso, foram criadas três comissões: juventude, sindicatos e mulheres. O Congresso recebeu dezenas de mensagens de solidariedade de organizações irmãs dos cinco continentes. O coordenador da Liga Internacional Socialista (LIS), da Argentina, esteve presente no Congresso e abriu o primeiro debate sobre a situação internacional.
Primeiro dia
Na manhã de sábado (2 de março), centenas de camaradas de todos os cantos do país chegaram ao salão do Complexo Aiwan-e-Iqbal, um esforço extraordinário para centenas de camaradas no atual contexto econômico de inflação e custos elevados. Grandes delegações de Jammu Caxemira, do Norte do Punjab, do KPK, do Baluchistão, de Multan, de Faisalabad e do resto do Punjab, de Dadu, de Hyderabad, de Carachi e de todas as regiões do país encheram o salão.
O dia começou com canções e poemas revolucionários. O camarada Gufran Ahad deu início ao congresso com um motivador discurso de abertura. Em seguida, o camarada Imran Kamyana apresentou os delegados internacionais, iniciando as saudações internacionais antes do início do primeiro debate sobre a situação internacional.
O debate foi presidido pelo camarada Nazar Mengal. Alejandro Bodart, coordenador da LIS, abriu o ponto com um informe que abrangia uma análise da crise capitalista, a polarização social e política global, os conflitos interimperialistas e alguns dos principais debates em curso na esquerda internacional, como a Ucrânia e a Palestina. Os camaradas Zahid dos EUA, Rahul de Hyderabad, Haris Qadeer de Caxemira, Rihanna de Rawalpindi interviram e o ponto foi enriquecido com várias participações da militância. Em seguinda, o camarada Alejandro encerrou o ponto respondendo às questões levantadas por vários camaradas no âmbito dos conflitos interimperialistas, da guerra na Ucrânia, das nossas propostas para a Palestina, entre outros temas.
Após o almoço, teve início o segundo debate, sobre o Paquistão, presidido pelo camarada Rashid Shiekh. O camarada Zaffar Ullah apresentou um informe sobre a situação política do país, atravessada por uma crise econômica, pela divisão e instabilidade do regime e por importantes movimentos de massas na Caxemira e no Baluchistão. Os camaradas Ilyas Khan, de Lahore, Anwan Panwar, de Dadu, e S. N. Shorida, de Caxemira, interviram e o camarada Zaffar encerrou o ponto fazendo um resumo do debate e respondendo às perguntas dos camaradas.
O dia se encerrou com as reuniões das comissões da juventude, dos sindicatos e das mulheres, esta última com a participação de dezenas de novas camaradas que entraram no The Struggle no calor dos movimentos na Caxemira e no Baluchistão.
Segundo dia
Na manhã do domingo (3 de março), o segundo dia começou com canções e poemas revolucionários e com mais uma rodada de saudações internacionais. Seguiu-se o terceiro debate sobre Lenin 100 anos após a sua morte, presidido pelo camarada Rahul. O camarada Imran Kamyana abriu o debate com um informe sobre as principais contribuições do grande revolucionário russo para a teoria, a prática marxista e a sua atualidade. Destacou, por um lado, as contribuições de Lenin sobre o Estado, o imperialismo e os problemas nacionais que ainda são particularmente relevantes na atualidade. Por outro lado, o modelo de partido revolucionário de Lenin, com militantes profissionais e centralismo democrático. Os camaradas Alejandro Bodart, da LIS, Altamash, de Caxemira e Asif Rasheed, de Islamabad interviram e o camarada Imran Kamyana encerrou respondendo a perguntas.
Após o almoço, teve início o quarto debate sobre a construção do partido revolucionário, presidido por Qamar Uz Zaman. O camarada Awais Qarni abriu o ponto com um informe sobre a organização, com um balanço da organização no último período, intervindo nos principais processos da luta de classes e dos movimentos nacionais, principalmente na Caxemira e no Baluchistão, e crescendo consideravelmente, sobretudo na vanguarda destes processos, agregando muitos jovens e mulheres.
Em seguida, Rauf Lond apresentou a proposta de Comitê Central, a companheira Khakula apresentou as contribuições do Comitê das Mulheres, Omer Abullah apresentou as contribuições do Comitê da Juventude, Qamar Uz Zaman apresentou as contribuições do Comitê Sindical e Khalil Babar apresentou as contribuições sobre a orientação organizativa da Frente Nacional dos Estudantes de Jamu e Caxemira.
Em seguida, foram votadas a proposta do Comitê Central, o documento preparado pela direção da LIS e as contribuições no debate sobre a perspetiva mundial, o documento e o debate sobre as perspectivas e as tarefas no Paquistão apresentados pela direção, o legado e a relevância de Lenin 100 anos após a sua morte, o documento e o informe sobre a organização e os informes das comissões.
O congresso encerrou com o hino da Internacional, saindo em marcha e cantando do local para uma grande mobilização por uma “Palestina laica, democrática, socialista e unida do rio ao mar”.
Principais conclusões
- O 41.º Congresso consolidou a direção que assumiu a liderança do partido após a morte do seu fundador, Lal Khan. O desaparecimento físico do líder indiscutível da organização abriu um período de debates internos que terminou com a saída de um pequeno grupo que atuou de forma desleal, pequeno-burguesa e hostil contra os camaradas que deram o sangue e suor ao partido. O sucesso do Congresso representa definitivamente uma nova etapa e abre um novo caminho, cheio de oportunidades, crescimento e desenvolvimento.
- Os mais de 1.300 participantes, entre delegados e convidados, superaram as expectativas mais otimistas, ultrapassando o número de camaradas dos últimos Congressos, revelando um crescimento significativo. O entusiasmo e a convicção com que as delegações regressaram às suas regiões para aplicar as ações aprovadas é a melhor expressão do êxito do Congresso.
- Entre os participantes, destacou-se o elevado número de mulheres e jovens, o que demonstra o dinamismo da organização. A presença de um número muito significativo de mulheres, muito superior ao de outros Congressos, num país onde o patriarcado está tão enraizado na sociedade, é um grande feito que deve ser valorizado, bem como o fato de a grande maioria das delegações ter uma composição de juventude.
- Entre as delegações, outro fato muito importante é o avanço nos locais onde os movimentos nacionais e a luta de classes mais se desenvolveram e onde o partido desempenha um papel fundamental e muitas vezes de direção, como é o caso de Jamu e Caxemira e do Baluchistão.
- O elevado nível político das contribuições e intervenções permitiu corroborar que temos um importante conjunto de quadros e militantes, formados teórica e politicamente nos ensinamentos do marxismo revolucionário, o que representa um capital inestimável para enfrentar os desafios que se colocam e dar novos saltos na construção da organização no próximo período.
- O Congresso conseguiu, no meio de uma situação econômica crítica, que afeta o grosso da militância, financiar-se e garantir a logística importante necessária para um evento desta magnitude, o que é mais um avanço muito importante para uma organização classista e revolucionária inserida no seio do povo pobre e trabalhador.
- O Congresso demonstrou o elevado grau de empenho internacionalista da organização, a militância e a associação incondicional à causa palestina, a solidariedade com todas as lutas dos trabalhadores e dos povos oprimidos do mundo e o seu empenho e plena integração na construção da Liga Internacional Socialista, a LIS.
Sem dúvida, os avanços da The Struggle (A Luta) são motivo de orgulho para toda a militância da internacional e fortalecem-nos para continuar lutando pela derrubada do sistema capitalista podre e abrir caminho para uma sociedade mais justa, livre e solidária, uma sociedade socialista onde só governará quem puder acabar com a barbárie e garantir a felicidade de todos os povos: os trabalhadores democraticamente organizados.
Coordenação da LIS