Israel impede a entrada de ajuda humanitária e atirou contra civis que tentam acessar. Como contraponto à barbárie sionista, uma coalizão internacional prepara uma Marcha a Gaza, uma ação com a qual a Liga Internacional Socialista (LIS) expressa sua solidariedade.

Crimes de genocídio e fome

Na última semana, a crise humanitária na Faixa de Gaza se intensificou devido à falta de alimentos e a uma série de ataques mortais do exército genocida durante a distribuição da pouca ajuda que chega aos palestinos.

Em 29 de maio, centenas de palestinos invadiram um depósito da ONU em busca de farinha e outros suprimentos básicos. A cena refletiu o desespero de uma população à beira da fome.

Em 3 de junho, criminosos armados do Estado de Israel atacaram pessoas indefesas durante a distribuição de ajuda, provocando uma matança em Rafah, com pelo menos 27 palestinos assassinados e 157 feridos a tiros enquanto esperavam por comida na área de Al Mawasi. Como exemplo do cinismo que surpreende cada vez menos pessoas, Israel alegou ter atirado em “suspeitos”.

Em 4 de junho, os assassinos fascistas provocaram uma escalada de violência e horror ao suspender a ajuda humanitária em Gaza, alegando motivos de reorganização, para quase dois milhões de pessoas que já enfrentavam condições críticas.

As operações de genocídio e limpeza étnica foram complementadas por ataques a deslocados, bombardeando tendas de campanha em uma escola em Khan Yunis e a morte de pelo menos 26 pessoas, incluindo várias crianças.

Os hospitais que se mantêm em pé em Gaza estão sobrecarregados e sem recursos médicos. Diante de uma urgente escassez de sangue, a equipe médica começou a doar seu próprio sangue para salvar vidas.

A situação em Gaza é terrível, pois a população civil palestina está presa entre a necessidade urgente de ajuda humanitária e os riscos que enfrenta em sua distribuição devido aos ataques sionistas.

O imperialismo norte-americano mantém sua gendarmaria contra os povos árabes do Oriente Médio em todas as áreas, razão pela qual os EUA vetaram unilateralmente uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia um cessar-fogo “imediato, incondicional e permanente” em Gaza, com o consequente aumento da ajuda humanitária.

Enquanto isso, as manifestações de condenação continuam generalizadas. Na final da Liga dos Campeões, torcedores do Paris Saint-Germain cantaram e exibiram bandeiras contra o genocídio.

Em um gesto inusitado, o Festival Sónar, em Barcelona, ​​emitiu um comunicado condenando “o genocídio sobre o povo palestino”, respondendo às críticas por sua vinculação indireta com a empresa de investimentos israelense KKR.

Marcha para Gaza

Diante da barbárie perpetrada pelo Estado de Israel, as manifestações de solidariedade crescem no mundo. Há semanas, uma mobilização internacional organizada por ONGs e coletivos de direitos humanos em direção a Gaza vem sendo preparada. Ela começará em 15 de junho no Cairo e terminará em Rafah (Egito) para exigir a abertura imediata da ajuda humanitária contra o bloqueio israelense à Faixa de Gaza.

Entre os participantes, destacam-se ativistas reconhecidos, como Greta Thunberg, viajando a bordo do navio Madleen, integrante da Flotilha da Liberdade, levando ajuda simbólica e denunciando o bloqueio marítimo imposto por Israel.

Nós, da Liga Internacional Socialista (LIS), nos solidarizamos com a Marcha e suas reivindicações. Ao mesmo tempo, continuaremos a apoiar ações unitárias por um cessar-fogo e contra o genocídio perpetrado pelo exército sionista. Estamos convencidos de que a única maneira de alcançar uma paz justa e duradoura é derrotar o Estado de Israel e estabelecer uma Palestina única, laica, democrática, não racista e socialista, no contexto da revolução dos povos árabes em todo o Oriente Médio.