Uma ampla articulação de artistas, intelectuais, parlamentares, movimentos sociais, sindicais e políticos entregou ao governo Lula uma carta exigindo proteção e apoio à Global Sumud Flotilla (GSF), a maior flotilha em 17 anos, com cerca de 600 participantes de 44 países e na qual a LIS participa com a presença de nossa companheira Cele Fierro, deputada argentina do MST na FITU.

A iniciativa denuncia os ataques do sionismo contra as embarcações e exige que o governo garanta passagem livre, segurança e respaldo diplomático aos tripulantes, ressaltando a exigência de romper relações com o “Estado genocida”. A carta já reúne mais de 350 assinaturas de nomes como Chico Buarque, Chico César, MST, CUT, CSP Conlutas, MTST, parlamentares do PSOL e PT, além de entidades palestinas e coletivos judaicos antissionistas.

Reproduzimos o texto e o link de acesso para assinar o abaixo-assinado:

Proteção à Global Sumud Flotilla e garantia de segurança para entrada com ajuda humanitária em Gaza – Formulário para adesão

Excelentíssimo Senhor Presidente e Senhores Ministros,

A Global Sumud Flotilla informa com grandes preocupações o escalonamento da violência praticada contra a sua frota.

A poucos dias de chegar a Gaza, neste 23 de setembro, em águas internacionais nas proximidades do sul da Ilha de Creta, a flotilha de barcos que carrega ajuda humanitária sofreu ataques explosivos direcionados, tendo sido jogados, nos barcos e em suas proximidades, objetos não identificados e substâncias químicas irritantes.

Pelo menos 14 bombas de efeito moral foram lançadas com produtos que são considerados armas químicas por inúmeros drones que sobrevoavam a Global Sumud Flotilha, causando danos significativos, além de obstruírem os rádios de comunicação, prejudicando o contato e pondo em risco os mais de 600 voluntários que fazem parte desta missão de solidariedade humanitária não violenta.

Em três embarcações atingidas pelos ataques, estão brasileiros. São eles: Miguel Bastos Viveiros de Castro (cineasta e ativista), no barco Catalina; Lucas Farias Gusmão (chef de cozinha e ativista), no barco Yulara; Gabrielle da Silva Tolotti (presidenta do PSOL-RS) e Mohamad Sami El Kadri (presidente do Fórum Latino Palestino e coordenador da Frente em Defesa do Povo Palestino SP), ambos no barco The Spectre.

O governo brasileiro emitiu nota oficial no dia 24 de setembro condenando o injustificado ataque à Global Sumud Flotilha, reiterando que considera inadmissíveis atos violentos como os que ocorreram contra a flotilha e defendendo a liberdade de navegação. 

Oito dias antes, em 16 de setembro, foi divulgado comunicado conjunto dos Ministros das Relações Exteriores do Brasil, África do Sul, Bangladesh, Catar, Colômbia, Eslovênia, Espanha, Indonésia, Irlanda, Líbia, Malásia, Maldivas, México, Omã, Paquistão e Turquia, informando que qualquer violação ao direito internacional e aos direitos humanos dos participantes da Flotilha, incluindo ataques contra as embarcações em águas internacionais ou detenção ilegal, motivará responsabilização.

Também por meio de seu canal oficial, no dia 18 do mesmo mês, o governo brasileiro emitiu nova nota sobre a Global Sumud Flotilha, instando as autoridades israelenses a respeitarem todas as normas de direito internacional e direito humanitário vigentes, assegurando a incolumidade dos civis e das embarcações de caráter estritamente pacífico e humanitário.

Enquanto a Global Sumud Flotilha já navegava, em 16 de setembro, Comissão de Inquérito Independente, nomeada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, reconheceu finalmente que Israel vem praticando genocídio em Gaza. 

Segundo a investigação, as autoridades e forças de ocupação sionistas cometeram quatro dos cinco atos classificados de genocidas e definidos pela Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio: “assassinato, danos físicos e mentais graves, provocar deliberadamente condições de vida calculadas para causar a destruição de um povo e impor medidas para impedir nascimentos”.

Além do crime de genocídio, tal ataque a uma frota de ajuda humanitária em águas internacionais, no meio do Mediterrâneo, é uma clara violação do direito internacional e do direito de navegação, os quais o governo brasileiro tem reiterado que devem ser respeitados.

Nesse sentido, solicitamos ao governo brasileiro que, para além da nota de condenação, una-se a outras nações para dar a resposta necessária ao estado israelense.

Assim, reivindicamos que o governo brasileiro siga firme na exigência de cessação imediata dos ataques e da tentativa de criminalização da Global Sumud Flotilla, para preservação dos brasileiros que nela navegam, com a garantia de passagem livre e desimpedida, em conformidade com o previsto no direito internacional, para entrega da ajuda humanitária a Gaza, urgente diante da fome, da sede, da falta de condições de tratamento médico, saneamento e saúde impostas pelo cerco israelense, como parte do genocídio.

Além disso, como signatário da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio e em linha com o direito internacional, pleiteamos que o governo brasileiro imponha sanções a Israel, rumo à ruptura de todas as relações com o estado genocida. 

Assine aqui: Proteção à Global Sumud Flotilla e garantia de segurança para entrada com ajuda humanitária em Gaza