A jornada de greve geral pela Palestina, promovida pela União Sindical de Base, CUB e SGB, registrou um inegável sucesso político. As oitenta manifestações realizadas em outras tantas cidades, grandes e pequenas, tiveram uma participação excepcionalmente ampla. Uma participação sobretudo de jovens e muito jovens, estudantes de ensino médio e universitários, que invadiram ruas e praças, em várias centenas de milhares, trazendo uma carga combativa e radical.
Em Roma, Milão, Turim, Nápoles, Bolonha, até mesmo os dados de participação fornecidos pelos comandos de polícia superaram em muito todas as previsões iniciais. Como exemplo, o comando de Roma, que havia previsto 8.000 manifestantes, foi obrigada a reconhecer uma participação de mais de 20.000 pessoas.
A pressão nas ruas se traduziu em múltiplas ações diretas e de massas: concentrações, ocupações e bloqueios de estações ferroviárias, rodovias e nós portuários. Em alguns casos a polícia reprimiu e fez detenções (Milão, Bolonha), mas na maioria das situações, apesar das leis repressivas sobre a ordem pública, não foi capaz nem de impedir nem de neutralizar as ações de bloqueio. Isso também mediu a força das manifestações.
Não só isso. A própria imprensa burguesa se viu obrigada a registrar inúmeros casos de acolhida solidária às manifestações e bloqueios por parte de motoristas, transeuntes e pessoas que se aproximavam das sacadas. A bandeira da Palestina tremulou em todos os lugares durante toda a jornada.
O sentimento pró-Palestina é plebiscitário na sociedade italiana. As oitenta manifestações de 22 de setembro lhe deram uma expressão e um rosto.
É certo que o número efetivo de trabalhadores e trabalhadoras em greve foi modesto. A burocracia da CGIL sabotou abertamente a greve, temendo seu sucesso. Por isso, na sexta-feira 19 havia convocado sua própria jornada de mobilização sobre o tema da Palestina, com características diferenciadas segundo territórios e categorias: o objetivo evidente da iniciativa era desativar o risco de que setores importantes de sua própria base pudessem aderir à greve geral de 22 de setembro.
Não só, portanto, a CGIL não uniu suas forças à greve geral, como apostou abertamente em seu fracasso.
Entretanto, essa manobra burocrática não alcançou seu objetivo em vários aspectos. No setor de serviços, na saúde e, em particular, na escola, uma parte importante da base da CGIL de fato aderiu à greve. Em Roma, a presença de docentes em greve junto a seus estudantes foi um dos aspectos mais significativos da grande manifestação. O mesmo ocorreu com a presença do pessoal da saúde com jalecos brancos na manifestação de Nápoles.
Mas sobretudo, para além dos números, o que conta é o dado político. A greve foi vista com grande simpatia e apoio também por aquela maioria de assalariados que não participou dela. Em primeiro lugar pela base de massas da CGIL, que se identificou com a maré de jovens que saiu às ruas em nome da Palestina. A desproporção entre a iniciativa tímida do dia 19 e o sucesso de imagem da greve do dia 22 foi enorme. Um golpe ardente para o aparato da CGIL. Prova disso é que durante toda a jornada do dia 22 a direção da CGIL permaneceu muda, sem uma só palavra de comentário sobre o que estava ocorrendo.
Agora, depois do grande sucesso de imagem e de participação nas manifestações, a necessidade de uma verdadeira greve geral, unitária e de massas, contra o Estado sionista, contra o governo italiano que o sustenta, e pela libertação da Palestina, torna-se ainda mais evidente.
A jornada de 22 de setembro coloca a todos a responsabilidade de uma perspectiva e de uma ação de frente única. A burocracia da CGIL, após seu papel vergonhoso, gostaria de desviar a atenção para curar a ferida. A direção da USB gostaria de explorar seu sucesso de imagem de maneira autocentrada. Mas não se deve permitir a ninguém a via de escape. A maré de jovens que saiu às ruas espera continuidade em sua ação. Os fatos trágicos na Palestina, e a cumplicidade do governo italiano, tornam cada vez mais urgente essa necessidade. O próprio tema da greve política por Palestina já se legitimou na percepção de massas, assim como o do bloqueio total em portos e aeroportos de qualquer transporte de armas ou comércio com Israel.
Unir forças nessa direção, para além de qualquer divisão, é a tarefa do momento. O PCL lutará em todos os lugares com essa consigna, junto à reivindicação mais geral da libertação da Palestina do sionismo e do imperialismo.
A grande manifestação nacional convocada unitariamente por todas as organizações palestinas para o dia 4 de outubro em Roma será, nesse sentido, uma data central.






O PCL fez parte das mobilizações nas cidades mais importantes e vilas da Itália.
Partido Comunista dos Trabalhadores (PCL)




