Israel iniciou o bombardeio mais agressivo e assassino contra o povo sitiado em Gaza, sinalizando a aproximação de uma invasão genocida. A ajuda humanitária que chega à Palestina é insignificante. Os “esforços diplomáticos” são uma formalidade aos agressores. Os governos árabes não respondem às demandas de seus povos, que estão resolutamente ligados à Palestina.
Domingo, 22 de outubro
Já é noite de domingo, madrugada de segunda-feira, na Palestina. Nossos correspondentes relatam o bombardeio mais pesado desde o início da agressão: “No momento, Gaza está sendo aniquilada”. Parece que o anúncio feito ontem pelo exército israelense de aprofundar o ataque antes da invasão terrestre está se cumprindo.
1h15, horário local: Urgente. Todos os hospitais de Gaza estão recebendo um aviso da ocupação com ameaça de bombardeios.
1h19, horário local: Estão bombardeando as proximidades do hospital Al-Quds em Gaza.
A atualização de algumas horas antes desta publicação mostra pelo menos 4.651 pessoas mortas pelo bombardeio israelense, 70% destas crianças, mulheres e idosos, e mais de 14 mil feridos. Será necessário acrescentar as atualizações do novo bombardeio brutal. As crianças palestinas representam metade da população de 2,3 milhões de habitantes, estão vivendo sob bombardeio, amontoadas em abrigos após fugirem de suas casas com pouca comida e água, e estão cada vez mais traumatizadas. Esses são efeitos “colaterais”? Não. Relatamos isso nas “Crônicas da Palestina 6“, com o discurso parlamentar de Merav Ben Ari: “Não há igualdade entre as crianças de Gaza e as crianças de Israel. As crianças de Gaza causaram isso a si mesmas!” Um cretino assassino institucional de Estado onde as “democracias avançadas” estadunidense e europeias não dizem uma só palavra.
No início da manhã de domingo, Israel realizou simultaneamente um ataque aéreo com mísseis a partir do Mar Mediterrâneo, a oeste de Latakia, e a partir das colinas de Golá na Síria ocupada, tendo como alvo os aeroportos internacionais de Damasco e Aleppo, matando um trabalhador civil no aeroporto de Damasco, ferindo outro trabalhador e causando danos materiais às pistas dos aeroportos, deixando-os fora de serviço. O primeiro-ministro do Iêmen afirmou que os navios israelenses serão atacados no Mar Vermelho caso o bombardeio da Faixa de Gaza continuar.
O Hamas anunciou que não negociará reféns militares até o fim do cessar-fogo em Gaza. O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, repetiu o desastre histórico de reconhecer Israel ao dizer: “a única solução para a região é a criação de dois Estados na antiga Palestina”. O The Guardian informou que a Al Qaeda e o Estado Islâmico estão incitando seus seguidores a atacar alvos israelenses e estadunidenses em todo o mundo. Os dois eventos estão profundamente conectados. A enorme decepção dos palestinos com sua direção histórica, secular e outrora de esquerda permite que o islamismo político apareça como aqueles que confrontam o sionismo e o imperialismo.
No “mundo invertido”, o imperialismo dos EUA e europeu defende o “direito de defesa” de Israel como se este fosse uma vítima. O cinismo dos imperialistas ocidentais excede qualquer medida de magnitude. Israel quer varrer a Palestina do mapa e limpar etnicamente seus habitantes, não desde 7 de outubro de 2023, quando foi atacado pelo Hamas, mas desde 14 de maio de 1948, quando o Estado de Israel foi artificialmente criado.
Apesar do acúmulo de toneladas de alimentos e ajuda humanitária aos palestinos, o segundo lote consiste em apenas 17 caminhões. Nos hospitais de Gaza, os médicos operam com a luz do celular e costuram ferimentos com agulhas de costura. Há surtos de sarna, catapora e diarreia. Os estoques de combustível estão acabando. A propaganda de liberação humanitária imperialista-israelense é um escárnio criminoso de “solidariedade”.
Assim como na Ucrânia, no conflito do Oriente Médio também há uma disputa sobre a informação real dos acontecimentos. Na mídia de massas, o papel assassino de Israel é minimizado, ou diretamente ocultado, e tentam controlar as redes sociais. A UE deu ao Meta (Facebook e Instagram) e ao Tik-Tok até quarta-feira, dia 25, para apresentarem detalhes sobre os esforços para conter o “conteúdo ilegal” e a “desinformação” sobre o conflito. O poderoso lobby de propaganda israelense-imperialista que atua em todos os países para desinformar é imposto.
Ontem, ações de “Boicote a Israel” foram realizadas em Barcelona e ativistas solidários ocuparam momentaneamente o Hotel Cortes, de propriedade de um magnata sionista. A embaixada genocida na Espanha considera tudo isso um “ato antissemita”. A Alemanha proibiu uma manifestação pró-palestina planejada para hoje. Ontem, em Lima, Peru, as pessoas se manifestaram com bandeiras e lenços palestinos. Hoje, milhares de pessoas estão se manifestando em Kuala Lumpur, na Malásia, a favor da Palestina. Em São Paulo, mais de 5 mil pessoas se mobilizaram. A LIS e sua seção brasileira, Revolução Socialista, estiveram presentes. Há mobilizações de solidariedade em países como o Paquistão e o Equador.
A mobilização de ontem em Londres, reuniu entre 150 e 300 mil pessoas, superou proibições, dezenas de prisões e ameaças do governo de reprimir “com toda a força da lei” os protestos em apoio à “violência terrorista” – como cinicamente diz o governo do Reino Unido sobre o apoio ao povo palestino.
Os povos árabes estão aprofundando sua revolta contra seus governos burgueses traidores. A mobilização em massa, a solidariedade internacional e o desafio de romper o cerco midiático que cobre o genocídio sionista é o caminho a seguir.
Em países dos cinco continentes, a Liga Internacional Socialista está construindo e participando de manifestações, realizando uma campanha de solidariedade ativa.