O G20 é o organismo internacional que reúne os países imperialistas e as maiores potencias do mundo junto aos países das chamadas economias emergentes. Os países que integram o G20 são a Argentina, Austrália, Brasil Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, República da Coréia, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e a União Europeia.
Sua criação foi em 1999 como resposta do imperialismo para tentar dar saída as crises financeiras dos anos 90. Após a crise de 2008 passaram a integrar o G20 representantes das Nações Unidas, do FMI, do Banco Mundial e do Foro de Estabilidade Financeira.
Em 2018 a Argentina é sede do seu encontro de deliberações. Durante todo o ano inúmeras reuniões de ministros, funcionários e “grupos simpatizantes” debateram, por trás da casca de discursos que fazem alusão ao “progresso dos povos”, as principais políticas das grandes multinacionais e governos centrais para melhorar os lucros capitalistas em detrimento de uma maior exploração das classes trabalhadoras e oprimidas do planeta.
Não é casual que o recente acordo de fome e entreguista que o governo Macri assinou com Christine Lagarde, da chefe do FMI, foi lançado em julho deste ano, justamente coincidindo com a cúpula de ministros das finanças do G20. E que o governo necessite a aprovação final do Orçamento 2019 por parte do Senado para, coma imprescindível colaboração do PJ, chegar ao G20 com as exigências do FMI encaminhadas.
O ponto culminante dos trabalhos do G20 se dá justamente na “cúpula dos líderes” à qual os chefes de estado participarão. No fim do mês chegam na capital argentina, nada medos que Donald Trump, Merkel, Theresa May, Xi Jinping, Shinzo Abe, Macron, Putin, entre outros, junto com representantes dos principais organismos imperialistas. Algumas fontes jornalistas apontam que também viria junto com o presidente do Brasil, Michel Temer, o fascista presidente recém eleito, Jair Bolsonaro.
É esperado que Trump chegue um dia antes, já que tem previsto uma reunião com Macri para pactuar acordos bilaterais. Leia-se para aumentar a exploração da Argentina por parte das multinacionais ianques. Um exército de mil guarda-costas vão fazer a segurança de sua delegação e já há no Congresso do Uruguai um projeto de lei que permita desembarcar em seus portos um verdadeiro exército de aeronaves e tropas que vão “proteger” a cúpula, no que constitui um ataque vergonhoso contra a soberania de ambos os países.
Nós rejeitamos a campanha de intimidação do governo de Macri
Macri e o imperialismo tem pânico que mobilizações de multidões como as que se realizaram na reunião do G20 em Hamburgo no ano passado se repitam nas ruas de Buenos Aires.
Por isso, nos últimos dias intensificou-se uma campanha de intimidação dos trabalhadores e do povo argentino, como também a muitos dos manifestantes vindos de outros países vão se mobilizar na frente da Cúpula dos líderes do G20.
“Cidade blindada”, recrutamento de 20.000 policiais e corporações especiais, recomendações para que os habitantes de Buenos Aires deixem a cidade aproveitando o feriado decretado, barreiras de segurança que farão que muitos vizinhos necessitem um passe especial para transitar por seus bairros, mais o envio de projetos para modificar e aumentar as sanções do Código Penal aos que bloqueiem o transito sem autorização e a campanha xenófoba contra imigrantes, são parte de um mesmo combo destinado a intimidar, sustentar a indefensável repressão e impedir os protestos contra a cúpula imperial ou justificar a repressão sobre os protestos se assim decidirem.
Não podemos permitir semelhante atropelo sobre os direitos e garantias individuais mais elementares consagradas na Constituição. A tentativa de Macri de impedir os protestos e converter nosso país nestes dias em um paraíso do imperialismo é inadmissível. Não podem de maneira alguma suprimir o direito das organizações populares protestarem que repudiamos a cúpula imperial. Por isso desde já devemos realizar uma campanha de rejeição e frear esta política repressiva.
No 30N todos para as ruas contra Trump, o G20 e o FMI
É preciso realizar uma grande marcha unitária na próxima sexta-feira 30, como propõe a Confluência Fora G20 e FMI, uma coordenação ampla de organizações que nós do MST e Anticapitalistas em Rede integramos.
Somos milhões os que repudiamos Trump e o acordo de fome de Macri com o FMI. Somos milhares que estamos dispostos a nos mobilizar. Se as organizações que se dizem antiimperialistas, as distintas CTAs, os partidos de esquerda e o sindicalismo combativo, organizações sociais, estudantis, de direitos humanos, de gênero, ambientalistas, alcançamos uma coordenação comum, uma grande marcha desafiará as ameaças do macrismo e encherá as ruas de Buenos Aires. Temos que construir esta unidade sem nenhum sectarismo.
Uma convocatória deste tipo preencheria parte do vazio deixado pela traidora CGT e enfrentaria as manobras de outros setores que estão preparando ações para antes do dia 30 e se segam a mobilizar para esta data.
Se uma ação maciça acontecer, será um duro golpe para o plano de entrega de Macri e do FMI, as pretensões imperiais de Trump e o G20. Um impulso às lutas dos povos que lutam contra a dominação imperialista. A grande quantidade de gente e a unidade serão também a melhor resposta para as intimidações e ameaças de repressão com que o governo pretende frear a mobilização popular. Vamos fazer uma grande marcha unitária no dia 30 contra Trump, o G20 e o FMI!
A Contra Cúpula no Congresso
Junto com distintas organizações que integram a “Confluência Fora G20 – FMI”, o MST e Anticapitalistas em Rede, somos parte da Contra Cúpula nos dias 28 e 29 de novembro. Na quarta (28) serão realizadas oficinas no âmbito de uma faculdade e na quinta-feira (29) serão armadas barracas no Congresso, onde vão ser debatidas fraternalmente como enfrentar o ofensivo ajuste e de exploração imperialista nas várias frentes de luta. No fim se realizará um ato unitário de encerramento, um “Mal-vindo” à Trump, os líderes do G20 e as organizações imperialistas.
Encontro antifascista contra Bolsonaro e a direita
Numerosas delegações de organizações e personalidades do Brasil que construíram a campanha “Ele Não” vão à Argentina para se mobilizar contra o G20. A partir do MST e Anticapitalistas em Rede estamos propondo realizar junto com eles um amplo e unificado foro antifascista contra Bolsonaro e a direita, no que participem todas as organizações e lideranças dispostas a levantar uma bandeira comum contra esta grave ameaça aos direitos democráticos dos trabalhadores e os povos.
Reunião do CLACSO e o Kirchnerismo
Entre 17 e 23 de novembro será realizado em Buenos Aires uma Assembleia do CLACSO e a 8ª Conferência Latino-americana e Caribenha de Ciências Sociais, que contará com a presençaa de figuras políticas muito conhecidas, como Dilma Rousseff, Pepe Mujica, García Linera, entre outros. Na cúpula quem vai discursar é Cristina Kirchner. Chamamos os participantes deste foro contra o neoliberalismo para que se pronunciem favoráveis a uma mobilização unificada no dia 30 para enfrentar o G20, na Argentina e nos países de suas origens. Se não unificarem neste encontro não será nada mais que um mero ato eleitoral em apoio a Cristina.
Gustavo Giménez