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Por Alternativa Socialista, LIS-Brasil
A tragédia anunciada bate recorde dia após dia. A média de mortes e as mortes a cada 24 horas provocadas pela Covid-19 só crescem em ritmo acelerado. A variante brasileira P1, já é predominante no Brasil. Provoca um nível descontrolado de contágio e eleva o nível de mortandade, afetando a população etária mais joveme com a média de tempo de internação maior, lotando assim os leitos. Doze dias seguidos da média de mortes batendo recordes, além de 49 dias com ela acima das 1.000 mortes diárias.
O CEO do Hospital Sírio-Libanês, uns dos mais importantes hospitais do setor privado de SP, Paulo Chapchap, fala de um cenário de guerra no Brasil e defendeu a adoção imediata de medidas mais restritivas, sob pena de que, se não forem adotadas, a situação se torne mais grave. A Fiocruz (instituto estatal de pesquisa e desenvolvimento em ciências biológicas), em relação ao aumento no número de contágios e mortes, declarou numa nota técnica publicada o dia 03/03/2021, “que são somente a ponta do iceberg”.
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A política do governo Bolsonaro não sai do negacionismo, com campanhas contra a vacinação e o uso de máscaras. Na OMS, o Brasil, foi o único país em desenvolvimento a se opor à quebra das patentes de vacinas. O país tem uma media de 5,3 pessoas vacinadas por 100 e votou contra a medida junto com países como o Reino Unido (35 doses por 100 habitantes), EUA (28/100) e a Suíça (11/100). O desprezo à vida do povo trabalhador por parte deste governo é aberto e horroroso.
Sua posição responde a pressão do mercado, por um lado, mas também a impossibilidade de responder à crescente crise econômico-social do país. Diferente de um ano atrás, hoje não é possível para o governo lançar um Auxílio Emergencial de R$ 600 que viabilize um verdadeiro Lockdown, e é aí aonde tanto o governo federal como os estaduais, da “esquerda” à direita, se encontram. Essa é a explicação de porque grande parte dos governadores até agora não tenham adotado o Lockdown nos seus estados, gerando uma grande tensão com o governo Bolsonaro, exigindo que este tome medidas como o auxílio emergencial, entre outras. Em 1 ano desde o início da pandemia, o preço dos alimentos subiu 15% no país, a inflação do período ficou em 5,20%, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Nestes 12 meses de pandemia, o preço do óleo de soja subiu 87,89%, o arroz 69,80%, a batata 47,84% e a leite longa vida, 20,52%. A situação econômica do país atinge ao conjunto da classe operária e o povo pobre que combinado com a pandemia, resulta um coquetel explosivo na situação social.
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PEC Emergencial, um novo revés do governo Bolsonaro
Uma chamada do jornal Folha de SP (horas depois da votação na Câmara dos Deputados) disse: “Governo é forçado a desidratar PEC Emergencial para não sofrer derrota”. A medida votada provoca a suspensão de reajuste salarial e criação de cargos para servidores públicos. Apesar de ter sido forçado a retirar a proposta de anular progressões e promoções de carreira, a PEC aprovada significa um duro golpe para os trabalhadores e as trabalhadoras do serviço público. O problema do governo Bolsonaro é tão grande que, com a votação desta medida (diferente do ajuste pretendido pela equipe econômica do ministro Paulo Guedes), abre uma frente de conflito com os Policiais Militares, setor aliado ao presidente e de grande valor para sua base social. Hoje, a União dos Policiais do Brasil (UPB) lançou uma ameaça de greve se a medida se mantiver.
Além disso, o governo teve que recuar na tentativa de anular o gasto mínimo obrigatório nos fundos para Educação e Saúde, medida que significava um grande golpe para a classe trabalhadora, recebendo uma imediata rejeição popular de diversos setores. Também foi retirado da proposta tirar recursos destinados para Meio Ambiente e Cultura, entre outros.
O resultado foi viabilizar um Auxilio Emergencial insuficiente, de R$250 em média, e para um número menor de beneficiários. Com ele esperam conseguir a tranquilidade social necessária para surfar numa crise sanitária, política, econômica e social que está longe de se acalmar.
Pelas nossas vidas, Fora Bolsonaro e Mourão, agora! Não em 2022
“Para evitar 400 mil mortes no dia das Mães, é preciso revolta contra Bolsonaro”, não são nossas palavras, são do jornalista Vinicius Torres Freire da Folha de SP na sua coluna de opinião. Mas temos pleno acordo com elas, é preciso tirar o governo assassino de Bolsonaro com a força de nossa classe mobilizada e lutando. Não podemos esperar um ano, milhares de vidas estão em jogo. É por isso que não aceitamos a proposta de ficar de braços cruzados enquanto a pandemia avança e o governo tenta sobreviver à custa de nossa miséria e nossos direitos.
É necessário construir a mais ampla unidade na luta contra este governo de morte. Uma unidade nacional e internacional das organizações dos trabalhadores para derrubar Bolsonaro, Mourão e todo o governo. Parar este massacre é uma necessidade imediata, não para as próximas eleições, como alguns defendem. A política do PT, Lula, a atual direção majoritária do PSOL e outros setores progressistas, de discutir frentes eleitorais, é o que hoje mantém o governo assassino de Bolsonaro.
Lula, agora lançado à campanha pela presidência, fala de governar para voltar a ter nesse país um “Estado capitalista sério, impulsor do desenvolvimento”, aproveitando os benefícios do agronegócio e dando mais armas para a “pobre” polícia que trabalha com equipamento sucateado. Para isso, propõe reeditar a Frente Ampla que une direitas e esquerdas, com a única condição de concordar na necessidade de tirar Bolsonaro, pela via eleitoral e para recuperar aquele Estado capitalista sério. No PSOL existem debates, Guilherme Boulos que, finalizada a coletiva de imprensa de Lula, que esteve presente como convidado, publicou no Twitter: “A unidade da esquerda é necessária contra Bolsonaro. Agora, na luta para salvar vidas e combater a fome. Em 2022, para reconstruir o Brasil”.
É por isso que exigimos às centrais sindicais sair do coma e convocarem urgente a luta contra o governo, pela vacinação do povo, pelo lockdown com auxílio emergencial de um salário mínimo e todo o orçamento necessário para adotar as medidas sanitárias urgentes necessárias em todo o Brasil, com um Sistema de Saúde unificado verdadeiramente público e estatal que responda às necessidades do povo, evitando assim que só aqueles que podem pagar tenham acesso a uma saúde de qualidade, enquanto os pobres morrem nas portas dos hospitais. Lutar por salários dignos para os trabalhadores e as trabalhadoras da saúde. Pelo não pagamento da dívida pública e destinação desses fundos a salvar vidas. A situação é urgente, precisamos que seja convocada uma Greve Geral e um apelo à solidariedade internacional das organizações dos trabalhadores ao povo trabalhador brasileiro para deter este massacre, em defesa da vida e contra o lucro do capital.