Oriente Médio é uma região de intensas contradições de classe. Os trabalhadores, as massas, os desempregados, os jovens, as mulheres e os oprimidos odeiam os regimes sob os quais vivem.
As expectativas dos trabalhadores e jovens por um bom futuro e o que o sistema lhes oferece são completamente diferentes. Pobreza, baixos salários, desemprego, enormes desigualdades sociais, um sistema educacional precário, falta de futuro, corrupção massiva, tirania da oligarquia que os cerca, ausência de direitos humanos e liberdades básicas.
As profundas contradições mencionadas são o combustível para inúmeras revoltas populares. O acúmulo de raiva contra as ditaduras irrompe continuamente. Depois das rebeliões, a contra-revolução sangrenta vence porque as massas não têm uma direção e um programa revolucionário claros. Os problemas sociais básicos dos trabalhadores que vivem na pobreza não podem ser resolvidos por meio de eleições livres ou da democracia liberal. Os problemas fundamentais dessas sociedades só podem ser resolvidos se os trabalhadores e os camponeses pobres assumirem a economia e a governarem eles próprios.
Além disso, um projeto socialista não pode continuar em um país, mas os ventos revolucionários afetarão inevitavelmente todos os países da região. A juventude não pode chegar aos dias brilhantes sem combinar sua luta contra a ditadura com a luta contra o capitalismo, apontando o sistema e construindo o poder dos trabalhadores. Este é o programa concreto da revolução permanente no Oriente Médio. Trabalhadores, camponeses e jovens estão travando lutas heróicas em muitos países.
No entanto, na ausência de uma direção socialista revolucionária e de uma perspectiva clara, as massas estão confinadas às correntes da burguesia e são derrotadas pelos ditadores capitalistas sanguinários, as lições a serem aprendidas com o Sudão são muito claras.
Vemos o levante das massas no Marrocos e vemos a onda contínua de lutas populares no Irã. Enquanto a luta do povo palestino continua para liberar suas terras para eliminar a entidade israelense, a Turquia está testemunhando uma enorme inflação em sua moeda, o que anuncia um colapso econômico iminente que aprofunda a rachadura do sistema e reforça a luta de classes.
Quanto ao Líbano, e com o agravamento da crise econômica, o governante libanês segue atacando o povo por meio de leis que autorizam o atendimento aos bancos e capitais, enquanto as massas pagam pela falta de combustível, pela falta de remédios e pela hiperinflação.
Trabalhadores e jovens libaneses enfrentam um cenário de colapso social total. Através da luta revolucionária e do socialismo, um Líbano verdadeiramente democrático e livre pode nascer. Tal movimento mudaria o destino não apenas do Líbano, mas o destino de todo o Oriente Médio e estabeleceria regimes democráticos no Golfo que derrubariam os reinos reacionários do petróleo dos Emirados.
Greves, protestos e até revoltas continuam no Irã. Apesar da repressão às massas pelo regime, elas bravamente voltariam ao palco. A existência combativa da classe trabalhadora, do campesinato e da juventude no Irã depende da construção da construção da futura revolução.
O 1º congresso da LIS resolve:
● Continuar a preparar a formação de um grupo militante revolucionário para ativar a construção do marxismo revolucionário nos países do Oriente Médio.
● Levar a cabo a luta ideológica contra as soluções democráticas burguesas.
● Realizar campanhas de solidariedade em relação aos presos em entidades israelenses e prisões imperialistas, e solidariedade com presos políticos sob regimes repressivos.
● Realizar campanhas de solidariedade com os povos rebeldes através da Internet e também protestos em frente às embaixadas dos países afetados.
● Organizar movimentos nas ruas contra golpes militares e contra intervenções imperialistas.
● Combater as ilusões de que os islâmicos podem fazer parte da luta democrática.
● Luta por uma Federação Socialista do Oriente Médio.
● Organizar campanhas pela liberdade de Julian Assange, que denunciou com ousadia os crimes do imperialismo norte-americano.