Crônicas da Palestina: iminente invasão sionista em Gaza

Continuamos com as crônicas do Oriente Médio com nossos correspondentes da LIS, iniciada no artigo “Israel prepara um novo genocídio”, complementado pelos testemunhos de simpatia pela Palestina diretamente da Argélia e os motivos para rechaçar a limpeza étnica e o colonialismo sionista, por Ilan Pappé, um dos novos historiadores de Israel.

Sábado, 14 de outubro

As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram a morte do chefe de operações aéreas do Hamas, Murad Abu Murad, e anunciaram uma prorrogação de 6 horas para que os refugiados fugissem, por rotas específicas, para o sul da Faixa de Gaza. Às 17h30, os sionistas tiraram a vida de 70 pessoas na rua Salah-al-Din, uma das duas rotas de evacuação estabelecida por Israel. Em todo o mundo, se intensifica a campanha de perseguição contra os militantes e ativistas da esquerda que apoiam o povo palestino, sob as acusações infelizes de “antissemitas” e “terroristas”.

Recebemos mensagens de nossos irmãos e irmãs palestinos que transformam nossa indignação em fúria, ao mesmo tempo em que demonstram a convicção de que os avisos sionistas não são para salvar as pessoas de seus ataques, mas para guiá-las a uma morte consciente: “Irmão, somos moradores da área de Tal Al-Hawa, na rotatória de Al-Khor. Tivemos mais de uma casa atacada e, em toda a área de Tal Al-Hawa, procurei o hospital Al-Quds e os judeus me informaram que o hospital foi evacuado imediatamente e que as autoridades conseguiram adiar a evacuação até as 6h. Sairemos do Hospital Al-Quds para o sul a pé e exigimos cobertura ao vivo da imprensa sobre nosso asilo no sul até chegarmos às áreas seguras”.

O exército de ocupação está dando à administração do hospital Al Awda, no norte de Gaza, até 10 horas da manhã para evacuação. O diretor do hospital declarou: “Rejeitamos o pedido de evacuação do exército israelense e estamos enfrentando condições catastróficas”.

A brutalidade sionista e os massacres são tão evidentes que os chefes imperialistas nos EUA, os mais assassinos do planeta, estão pedindo que adie o ataque terrestre somente até garantir um corredor humanitário.

Talli Gotliv, parlamentar do partido governista, pediu que uma bomba atômica fosse lançada sobre Gaza: “Míssil Jericó, míssil Jericó! Alerta estratégico. Antes de considerar a introdução de forças, venha a arma do fim do mundo! Essa é a minha opinião. Que Deus cuide das nossas forças”.

O exército egípcio fecha permanentemente a passagem de Rafah com a instalação de um muro de concreto.

O ministro das Relações Exteriores do Irã advertiu que soluções políticas são possíveis antes que a tensão se espalhe, mas alerta que, em questão de horas, pode ser tarde demais.

Os estadunidenses enviaram 24 jatos F-15 para a Jordânia.

Continua as ameaças de destruição, por parte dos sionistas genocidas, como diz o membro do gabinete Gideon Saar: “A área de Gaza será menor depois da guerra”.

O governo israelense já aprovou a invasão terrestre de Gaza, mas há diferenças quanto à entrada. Em resposta à questão: qual é o papel da Autoridade Palestina e de seu presidente Abbas na batalha para invadir a Faixa de Gaza? O líder do movimento Fatah, Abbas Zaki, diz: “Éramos a favor de uma paz que se mostrou enganosa e sofremos condições difíceis. Não participamos da preparação da batalha e somos a favor da unidade nacional. A reunião de Abu Mazen com o Secretário de Estado dos EUA é um fracasso, e nosso povo é maior que seus líderes, que Deus ajude os líderes que participaram do projeto de paz”.

As forças de ocupação invadiram a cidade de Beit Ummar, ao norte de Hebron. A resistência palestina continua a disparar foguetes contra Israel.

Domingo, 15 de outubro

O lançamento da invasão terrestre israelense na Faixa de Gaza foi adiado pelas “condições climáticas”.

As forças de ocupação invadem a cidade de Beit Rima, noroeste de Ramallah, e cortam a eletricidade da cidade e dos vilarejos vizinhos.

A artilharia israelense bombardeia a fronteira com o Líbano. Continuam os disparos de mísseis do Líbano.

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino relata 5 ataques israelenses ao redor do hospital Al-Quds, em Gaza.

Somente nas últimas 24 horas, os sionistas mataram 300 pessoas e feriram 800.

O mal-estar gerado pela viagem da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, a Tel Aviv é tão forte que ela é forçada a qualificá-la e triplicar a ajuda humanitária a Gaza.

Um racista americano atacou seus inquilinos palestinos em Illinois, esfaqueando-os mais de 12 vezes, matando um menino de 6 anos e ferindo gravemente sua mãe. A polícia admite que foi um crime de ódio e que o homem foi motivado pela situação em Gaza.

As mobilizações pró-palestinas estão crescendo entre as populações do mundo árabe contra as posições de seus governos traidores. Na Europa, as mobilizações pró-palestinas estão ressurgindo, com antigos ativistas e milhares de jovens.

Neste momento, a Faixa de Gaza está testemunhando o bombardeio mais intenso desde o início da agressão da ocupação israelense contra Gaza. Várias horas de bombardeio contínuo. As ambulâncias não conseguem chegar ao Hospital Al Quds pela intensidade do ataque. A invasão terrestre parece iminente.

Os povos do mundo estão em alerta. Devemos nos mobilizar contra o genocídio que o Estado de Israel está prestes a cometer.