Crônicas da Palestina 19: um genocídio com mais de 10 mil mortos em um mês

O genocídio sionista contra o povo palestino ultrapassou 10.000 mortos. Mais de 4.000 são crianças. A invasão contra Gaza continua enfrentando a resistência palestina e intensifica o bombardeio na Cidade de Gaza. A morte de três crianças e sua avó por um míssil israelense no Líbano aprofundou a participação do Hezbollah na resistência. O Secretário de Estado dos EUA e o Diretor da CIA iniciaram reuniões no Oriente Médio. Trabalhadores do Reino Unido e de Barcelona aderiram ao boicote convocado pelos sindicatos de transporte belgas contra Israel.

Domingo, 5 de novembro

Israel afirma ter dividido a Faixa de Gaza em duas e cercado a Cidade de Gaza. Pesados bombardeios israelenses caíram durante a noite em todo o enclave e as comunicações foram cortadas pela terceira vez. Segundo o correspondente da Al Jazeera: “Ataques israelenses de escala sem precedentes têm como alvo a Cidade de Gaza”.

Os ataques aéreos israelenses atingiram dois campos de refugiados no centro de Gaza, matando pelo menos 53 pessoas e ferindo dezenas. A Organização Mundial da Saúde expressou preocupação depois que pelo menos 14 pessoas ficaram feridas em um ataque israelense que ocorreu perto do hospital Al-Quds na Cidade de Gaza. O exército israelense começou a usar grandes bombas “bunker buster” que penetram uma profundidade de 30 metros antes de explodirem. Sua força destrutiva simula um terremoto de 3,6 graus na escala Richter.

Foram registrados confrontos violentos entre os combatentes da resistência e as forças de ocupação no noroeste da Cidade de Gaza. Um ataque aéreo israelense matou três crianças e sua avó em um carro no sul do Líbano. A ocupação também atacou duas ambulâncias nos arredores de Tayr Harfa, no sul do Líbano, ferindo quatro paramédicos. O Hezbollah respondeu disparando contra a cidade israelense de Kiryat Shmona. Também abateu uma aeronave israelense Hermez 450 que transportava mísseis com um peso total de até 150 quilos. 

Vários mísseis da resistência atingiram Israel quando o sistema de defesa “iron dome” foi hackeado. A resistência matou o capitão Yair Ido Netanyahu, sobrinho do chefe do primeiro-ministro sionista. Yair Ido era o comandante da unidade de franco-atiradores que invadiu a Faixa de Gaza e era considerado o franco-atirador mais perigoso do exército israelense.

De acordo com o diário espanhol El Mundo, Israel conta com mercenários europeus que recebem 3.900 euros por semana para apoiar o exército de ocupação em sua agressão terrestre contra Gaza.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, iniciou sua turnê no domingo na Cisjordânia invadida, onde se reuniu com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, antes de viajar para o Iraque para se reunir com o primeiro-ministro do país. Blinken se reunirá com seu parceiro turco na segunda-feira. O chefe da CIA dos EUA, William Burns, chegou a Israel para se reunir com autoridades na primeira parada de uma viagem por vários países, informou o New York Times.

O Ministro do Patrimônio de Israel, Amihai Eliyahu, foi suspenso após afirmar que havia a possibilidade de uma bomba nuclear ser usada contra Gaza.

Segunda-feira, 6 de novembro

O Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, declarou que Gaza está “se tornando um cemitério de crianças”. O número total de mortos no enclave sitiado ultrapassa 10.000, com mais de 4.000 crianças.

Quatro palestinos foram mortos pelas forças israelenses na cidade de Tulkarem, na Cisjordânia ocupada, no que as autoridades locais descrevem como “assassinatos seletivos”. Durante a operação, um garoto de 14 anos que passava pela estrada ficou ferido após ser atingido por balas de soldados.

A agência da ONU para refugiados palestinos diz que cinco de seus funcionários foram mortos em ataques em várias áreas de Gaza nas últimas 24 horas.

O exército genocida continuou com as incursões na Cisjordânia. Os 2.150 detidos foram acompanhados pela prisão de Ahed Tamimi, de 22 anos, uma ícone da causa palestina, por “suspeita de incitação à violência e atividades terroristas” em Nabi Saleh, na Cisjordânia. Ahed tinha 11 anos quando se tornou viral num vídeo em que ela ameaçava com o punho um soldado israelense que havia ido à sua casa. Três anos depois, foi vista com outras mulheres tentando libertar seu irmão mais novo de um soldado israelense que o sufocava. Também foi presa por oito meses por dar um tapa em dois soldados israelenses que foram à sua casa depois que seu primo foi baleado durante uma manifestação.

Mídia israelense: O jornalista Ephraim Mordechai foi preso após alegar ter visto corpos de soldados israelenses empilhados às dezenas dentro de um hospital de Tel Aviv, onde o exército não liberou os corpos para suas famílias.

Trabalhadores britânicos bloquearam a fábrica da Instro Precision Ltd, uma subsidiária da Elbit Systems, importante fornecedora de armas para o Estado de Israel. Os portuários de Barcelona decidiram não permitir a operação de navios que transportam armas para a Palestina, juntando-se numa ação semelhante dos sindicatos de transportes da Bélgica.

A África do Sul anunciou a retirada de todos os seus diplomatas de Israel em protesto contra a guerra em Gaza, juntando-se a uma lista crescente que inclui Honduras, Colômbia, Chile, Turquia, Bahrein, Jordânia e Bolívia.